Palavras

Conquistamos a paz e deixamo-la ir, tal como o movimento das ondas que percorrem o mar e se desfazem no contacto com a terra.
Assim sou eu, e as minhas oscilações de humor. Assim sou eu, e os meus estados de espírito.
Por norma, evito escrever nos momentos em sinto mais inquietação. Entendo que é apenas uma fuga e deteto a minha tendência natural para me afastar do que não controlo. Se partir do pressuposto que não controlo nada, é de supor que, naturalmente, fuja muitas vezes.
Talvez seja isso que hoje mais me pesa, enquanto regresso à minha carapaça à espera de nada mais do que o silêncio.
Dói-me a cabeça, dói-me o pescoço e o dia parece cinzento apesar do sol lá fora.
Já houve outros dias cinzentos enquanto o sol brilhava lá fora. E, de repente, há uma sensação de dejá vu.
Se apenas a yogini que pratica no tapete conseguisse transportar os seus instantes de entendimento para fora do tapete, talvez reconhecesse em cada dor a aprendizagem, em cada recuo a oportunidade, em cada dificuldade a hipótese de renovar a sua fé.
Mas a yogini que pratica no tapete só entende na teoria...
Ainda assim quero acreditar. Quero acreditar que consigo, quero acreditar que sou capaz, quero acreditar na possibilidade de controlar o ritmo do meu coração e de acalmar a mente à medida que o tempo avança.

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