Leituras

Vou entretendo a minha mente com as palavras de quem sabe mais do que eu. Acabei, por fim, o Bhagavad Gita (obra que ainda terei de reler) e estou a reler O que não faz de ti um Budista, de Dzongsar Jamyang Khyentse, obra que recomendo vivamente a quem queira saber um pouco mais sobre o Budismo, mas de forma simples e clara.

Ainda não sei muito bem em que acreditar e no que pensar. Aceito que haja uma verdade única e última. Mas julgo-me tão verdinha que ainda nem me atrevo a dizer "este caminho que faço".
Não há este caminho, há vários caminhos. O facto de seguir um ou outro pode estar dependente de algo tão simples como o meu estado de espírito. E inconstante como sou, também são os passos que dou.

Sinto-me motivada o suficiente para agir. Mas agir sem reflectir pode ser o mesmo que querer construir uma ponte sem colocar devidamente os pilares. Qualquer ventania mais forte, e a estrutura cede. Tal como qualquer ventania mental que surja poderá derrubar um acto mal pensado.

Não sei às vezes se tanta reflexão é sinal de sensatez ou apenas inacção. Que buscamos nós efectivamente? Felicidade? Talvez ninguém seja ingénuo o suficiente para acreditar que a sua felicidade está ao virar da esquina. Mas receio bem que haja um pouco de loucura em todos nós que nos faz pensar que podemos procurá-la apenas amanhã e não hoje.

Como diz Dzongsar na sua obra:

"Estamos subconscientemente seduzidos pela expectativa de que iremos atingir um estádio onde nunca mais teremos de dar um jeito no quer que seja. Um dia alcançaremos o "foram felizes para sempre". Estamos convictos da noção de "resolução". É como se tudo o que experimentámos até agora, como se todas as nossas vidas até este momento fossem uma prova de vestuário. Cremos que a nossa grande actuação está ainda por vir e assim não vivemos para hoje."
Não pode ser :)

Mesmo que o dia de hoje não seja de grandes glórias, tem de ser de pequenas glórias. Mesmo que o dia de hoje não seja para colher, que seja o dia de semear. Mesmo que o dia de hoje não seja para grandes escritos, que pelo menos seja para grandes leituras. E se não for para grandes viagens, que seja para curtos passeios.








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