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A mostrar mensagens de dezembro, 2022

Final de Ano

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Chegámos ao último dia do ano de 2022. Como principal resolução mantenho o meu desejo de, gradualmente, abandonar o mundo virtual (com excepção deste meu espaço de desabafo) e concentrar-me no mundo real, nas vivências do dia a dia sem filtros. Esta semana foi boa, impactante e deu-me foco para o início do novo ano. Consegui fazer uma subida em esquadro no trapézio pela primeira vez, sozinha. Consegui fazer uma sucessão de lunges na aula de bodyattack. No final da semana deliciei-me com um buffet de comida chinesa, num restaurante. Sentada lá, a olhar para a azáfama em redor, senti-me bem, feliz e sobretudo bem acompanhada por mim mesma. Confirmo o velho saber de que a felicidade vem de dentro. É um facto. Claro que as circunstâncias exteriores também nos condicionam e percebo que seja muitas vezes difícil encontrar essa paz. Mas pelo menos que tentemos ser felizes quando não há motivo para não o sermos. Por fim, regresso ao meu Cartaxo. Ao passar junto à minha antiga escola preparat...

Por esses caminhos...

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Caminhei ontem até me cansar, até me doerem os pés sobre a calçada portuguesa, pouco sustentados pela sola mole dos meus ténis contrafeitos da All Stars. Não há nada de verdadeiramente extraordinário ou complexo nestes momentos. Apenas uma linha de pensamento que me acompanha entre o ponto de partida e o ponto de chegada. Como admito apenas a mim mesma, há situações do meu passado que ainda não estão totalmente ultrapassadas mas sei, do fundo do meu coração, que o amor próprio que tem vindo a brotar de dentro do meu peito é real. Já não preciso de me convencer de que sou merecedora. Eu sei que sou. Há algo que encaixou em mim, que me sustenta, que me traz de volta ao meu centro. Mas vou revelar um segredo. Foi a dor que me trouxe até aqui, não a felicidade. Foi a tristeza que me ensinou mais do que a alegria. Foi o "não ter" que me conduziu a um maior crescimento, não a posse. Porque busquei refúgio, consolo, abraço e cura na única pessoa que deverei amar até ao final dos meu...

26 de Dezembro de 2022

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26 de dezembro de 2022 Estou em casa, a gozar o meu último dia de férias do ano. Chove imenso pelo que, e apesar de todos os planos que tinha feito, não me apetece sair. Estes dias que antecipam o final de 2022 têm sido de reflexão sobre o que foi, sobre o que é, existindo pouca vontade em pensar sobre o que virá. Desde há uns anos que deixei de fazer lista de desejos e, desde a mesma altura, parei de me lamentar quando chegando ao final do ano me dava conta de que continuava a não ter superado os meus grandes desafios. Pouco ou nada distingue o final e o início do ano. As linhas, os marcos invisíveis que separam o tempo na verdade não existem. Mas sei que algo vai mudando, de forma gradual. Tomei a decisão de assumir os meus cabelos brancos pelo que imagino que, se ainda cá estiver daqui a um ano, tenho uma cabeça bem grisalha nessa altura. À minha mãe não lhe agrada propriamente que a filha esteja a antecipar a velhice mas para mim pouco me importa. O meu valor não reside na cor do m...

Quem somos [citação]

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Retorno a uma citação de Veet Premad que transpôs as portas deste diário virtual há um ano. Talvez aqui resida o meu maior desafio. Que não me falte a coragem! "A fonte da dor não provém de não ser o que pensamos que temos de ser, mas de não querer ser o que realmente somos. Em vez de pôr a vontade no que não somos, a questão é render a vontade ao que somos. A única responsabilidade é ser honesto consigo mesmo neste ponto."

Pessoas como nós não choram

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O destino existe? Haverá situações e desafios na nossa vida às quais jamais poderemos fugir? Existem inevitabilidades? Falava de manhã com a Mónica sobre isto. A dada altura senti um aperto no peito e logo veio à minha mente momentos do meu passado. Do outro lado da linha ouvia a Mónica a comentar:  - Custa-nos aceitar que há coisas que não controlamos! "Sim!", pensei mas não disse. O meu desejo e esperança, disse-lhe por fim, é de que antes de partir tenha aprendido o que é preciso para o resultado ser diferente. Talvez não seja bem entendido este meu desejo. Tento estar em paz com o meu presente mas mantenho uma ténue esperança de que um dia possa ter o que pretendo, mesmo que, e com toda a honestidade o digo, não tenha a certeza de que seja o melhor para mim. Lembrei-me da rejeição, do abandono, da dor. Vi a estrada vazia que eu aprendi a aceitar, talvez não por consciência mas por cansaço. E quando uma lágrima teima em vir, todo o meu rosto se contrai e o meu coração resi...

Pela noite adentro porque somos todos buscadores mesmo que não saibamos do quê.

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Pela noite adentro porque somos todos buscadores mesmo que não saibamos do quê. Foi a frase que gravei na minha mente enquanto me embrenhava nos carreiros de terra paralelos à Avenida de Berlim. Já falei tantas vezes sobre as minhas caminhadas e a necessidade que tenho delas, que pouco há a acrescentar. Sexta-feira estava uma lua cheia lindíssima. Tentei captá-la, sem sucesso, pela máquina fotográfica do telemóvel que não lhe fez jus. Quando ontem voltei àquele ponto de passagem tive plena consciência de que procuro algo. Procuro algo quando olho para o céu. Procuro algo quando fixo a minha atenção nas folhas caídas ou nas estradas enlameadas. Procuro algo quando observo uma qualquer pessoa encostada à parede dum café de esquina a fumar um cigarro. Procuro algo quando leio as mensagens escritas nas paredes de uma casa em ruínas. Procuro algo quando me deixo encandear pelos faróis dos carros que travam na passadeira. Procuro algo quando vejo mãos desconhecidas a percorrerem os sacos do...

Estados de espírito

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Não pretendo que o meu blog se torne no muro das lamentações, por isso reconheço em mim uma certa dificuldade em falar em demasia sobre os momentos que me são mais difíceis. Reconheço, contudo, que é aqui neste espaço perdido da blogosfera em que me sinto mais à vontade para falar sobre o que sinto e o que penso. A última semana tem sido desafiante. Não aconteceu nada de especial mas emocionalmente sinto-me triste e fisicamente sinto-me exausta. Na quarta-feira, a trepar pelo "tecido vertical", sentia dores horríveis nos músculos, uma ausência de força e em dois momentos tive de pedir ao professor que me ajudasse a descer. Resisto a parar porque nos últimos anos desenvolvi a teoria de que só tenho valor pessoal se estiver a fazer coisas. É uma teoria falaciosa mas ganhou raízes fundas. Parar é como se me retirasse valor, mérito e direito de cá andar. Mas tive de ceder. A minha cama é o local mais confortável. O sono profundo é o meu momento de descanso. Penso em demasia. Sint...

Deixei-me estar a caminhar!

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Precisei de caminhar, caminhar. O dia de trabalho foi difícil, mais pelo meu estado de espírito do que propriamente pelas tarefas que tive de desempenhar. Não me apeteceu ir à aula. Não me apetece estar com pessoas. Não me apetece dialogar. Não me apetece que me perguntem se estou bem e não me apetece responder que é só cansaço. Sei que nestas alturas do mês sou desafiada. Não luto contra. Acolho aquele lado sombra, deixo que ele ruja como um leão ou solte um uivo dolorido como um animal ferido.  Não luto contra, mas caminho porque sem a caminhada, sem o esforço que coloco nos meus pés, nas minhas pernas, sinto-me a sufocar. E nesse caminho, com a noite instalada porque o Outono traz mais cedo o negro dos dias, deixo-me sentir. Estes são realmente os poucos momentos em que acredito piamente estar a captar algo que vai para além do meu entendimento. Não é magia, nem fantasia, nem mediunidade, nem intuição. É um estado de ser e de se estar, estar mesmo naquele momento presente. E oiç...

Os meus pontos de interrogação

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Escrever acalma-me ainda que, por vezes, não saiba muito bem por onde começar. Sábado foi dia de passeio, de muitas voltas, de muitos percursos, de muitos passos dados. Ainda assim, quando ao final do dia cheguei a casa, sentia um vazio enorme. Os buracos não se preenchem com lazer e quando eles se fazem notar, é importante vermo-los de frente. De manhã visitei o Castelo de Pirescoxe e para minha agradável surpresa estava a decorrer um torneio de combate medieval. À tarde, e antes de fazer o meu treino no ginásio, visitei a Galeria Municipal Vieira da Silva e o Museu Municipal, ambos em Loures. Esforcei-me por tomar o melhor partido das visitas, mas acho que o meu interior estava da cor do céu, cinzento e a ameaçar chover. Gosto do silêncio e do sossego, mas às vezes também eles pesam e se tornam insustentáveis. Domingo aninhei-me no meu sofá, com as gatas ao lado, de pijama térmico, manta e meias quentes. Pensei na minha vida, nas minhas escolhas. Ainda que, de uma forma geral, me sin...