(Des)controlo
Sou uma pessoa que gosta de ter o controlo em todas as situações. As minhas emoções são diariamente armazenadas nas devidas gavetas. Não digo isto com nenhuma ponta de orgulho. Mensalmente, há um momento em que entro numa espiral descendente. Tudo o que retenho, bloqueio, nego, escondo, acaba por vir à superfície. Por mais difícil que isto seja para mim, e é bastante, permito-me a viver esse descalabro, permito-me a chorar, permito-me a sentir raiva, mágoa e tristeza. Trabalhar na cura implica que consigamos primeiro reconhecer o que é necessário que seja curado. Não é fácil fazer esse processo de identificação, não é fácil reconhecermos que sentimos dor, que há situações que nos causam uma dor profunda. Já repararam como isso nos exige um olhar atento ao lado escuro da nossa alma, onde guardamos mazelas emocionais e outras tantas coisas que, não sendo necessariamente más, habituamo-nos a denominá-las de erros, pecados ou proibições? Estou nesse momento de tensão. Choro enquanto m...