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A mostrar mensagens de março, 2022

Tempo

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Aprender leva tempo. Crescer leva tempo. Amadurecer leva tempo. Não dá para apressar os processos, nem tornar célere um tempo que requer o seu próprio tempo. Tantas vezes dei por mim a queixar-me da lentidão da minha marcha para posteriormente entender que eu não estava preparada para nada a mais nem a menos do que aquilo que me era dado ou negado pela vida. E vou aprendendo com o que tenho, com o que não tenho, com o que encontro no caminho, com o que perco, com o que me faz rir, com o que me faz chorar. Vou aprendendo com vontade e outras tantas vezes aprendo a contragosto. E até através do que não gostaria de aprender, percebo que aprendo o que preciso.

Peço desculpas!

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Desculpas são devidas. Desculpas tardias que requereram da minha parte um trabalho enorme. Sinto-me atualmente extremamente calma. Mas há uns anos o cenário era diferente. A raiva que sentia dentro de mim era enorme. Reagia por impulso, proferia palavras cruéis e magoei pessoas no caminho. Hoje tive consciência do que deveria ter feito de diferente: - Ser honesta comigo, em relação ao que sentia e pensava para que também essa honestidade se manifestasse no meu relacionamento com os outros; - Não descarregar nos outros a minha incapacidade em lidar com as minhas emoções e a minha frustração; - Se tudo isso falhasse, ter a capacidade de pedir perdão mesmo que o perdão não me fosse concedido. Percebo que sempre tive dificuldade em lidar com o que sinto e pedir desculpas, para que do outro lado só viesse o silêncio, era algo que para mim era incomportável.  Ao falar disto com a minha melhor amiga, ela disse-me que, no fundo, eu escolhi o caminho mais longo. Acredito que sim. Mas essa e...

A viver a água

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A viver a água, a emoção, o burburinho mental, o ciclo, a mulher, a criação, a dúvida, a busca, as partes mais escondidas,  o outro lado da moeda, o outro lado do palco, as travessas, as ruas desertas. Este meu EU que pretende conhecer-se na sua plenitude mergulha tanto nas águas calmas como no lodo. Este EU ri e chora. Este EU sente e sente-se na sua feminilidade às vezes sem jeito. Este Eu fragmenta-se e remenda-se. É Um que vira o Reverso e do Reverso regressa ao Um sem ser o Um que era. Tão real é um como outro. Ambos necessários.  É o retorno constante e mensal ao pântano dos despojos, dos restos, das sobras e das sombras, dos abandonos e recomeços.  Hoje é uma Noite, mas amanhã será um Dia. Hoje é Lua, mas amanhã será um Sol.

Guerras Interiores

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A guerra estende-se há mais de um mês na Ucrânia. O preço dos combustíveis superou os 2€ por litro. Poeiras do Deserto do Saara passaram por Portugal há umas semanas. Fala-se na possibilidade de uma 6.ª Vaga da Covid. Os Óscares, que se realizaram esta madrugada, ficaram marcados pela bofetada que Will Smith deu a Chris Rock. O mundo está um caos, mas esse caos exterior é um reflexo do caos que existe no ser humano. A raiva que se destila nas redes sociais é um resultado da nossa raiva interna. A violência de que se fala nos noticiários é uma imagem da violência que encontramos em nós. Não dá para mudar o mundo sem que esse trabalho de mudança se inicie em cada ser humano. Gandhi sintetizou bem esta ideia 👇

Oiço

Oiço. Observo. Deixo-me estar neste canto de terra escondido, desconhecido, ignorado. A melodia divina é audível, a arte poética natural que presenteia a minha alma. São estes momentos que enriquecem os meus dias e dão folgo à minha caminhada. Questionei-me porque prezo tanto estes instantes só meus. É exatamente por serem meus. Não os locais por onde passo, mas o que sinto ao passar por estes locais. A emoção é minha. A introspeção é minha. O sorriso esboçado a olhar para o céu é o meu. Tudo isto levarei um dia comigo. A memória, a lembrança de um tempo simples.

Navego este meu barco...

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Há um vai e vem de emoções e pensamentos. Navego este meu barco, às vezes em segurança, outras vezes com receio de que o mar se torne revolto. Mas entre um tempo e outro, sinto que há uma maior consciência que não me deixa receosa perante a intempérie, nem me torna demasiado comodista quando a tranquilidade ganha forma nas águas. Já passaram alguns meses e sinto-me mais forte. Mais forte na minha essência, na minha pele, na minha verdade. Comunico menos com o exterior, mas comunico muito mais com o meu interior. Não sei se era exatamente isto que a vida me queria ensinar, mas seja este o pináculo da minha existência, ou não, já me dou por orgulhosa do caminho que percorri.

Diário de Bordo

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O ntem em conversa com a minha melhor amiga, e enquanto debatíamos a veracidade das nossas próprias crenças, comentava com ela que no fundo acredito no que preciso de acreditar para que a vida seja mais fácil. Talvez todos nós façamos o mesmo e damos vida àquelas ideias que, mesmo não podendo ser comprovadas pela razão, nos dão um sentido, a nós mesmos, à vida que temos e para onde a vida nos parece empurrar. Sei realmente muito pouco. E inclusivamente, ainda que possa reconhecer e dar um nome aos meus desafios, isso não significa necessariamente que consiga aprender, superar ou integrar aquilo que me é pedido. Então, o que é real? O que podemos afirmar com certeza absoluta que é real? Não sei. Talvez nada. Às vezes nem eu sei se sou real ou se o sou, nem sempre acredito piamente que os outros o sejam também. Enfim, trata-se de um mero desabafo que não me traz peso. Não procuro respostas definitivas para a existência humana e sei que há muito que não sei. Não enalteço o meu des...

A curar-me!

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17 e 18 de Março trazem-me recordações de um tempo fértil em aprendizagens difíceis com o início desta década. Devo dizer, com bastante orgulho, que tenho enfrentado alguns dos meus demónios. Houve, da minha parte, um reconhecimento interno de características minhas das quais eu não tinha conhecimento. Eu sou o que era, acrescida daquilo que eu não sabia que era. E por isso o trabalho é mais intenso, mas não necessariamente mais sofrido. Saber quem somos, no lado bom e no lado menos bom, é de extrema importância.  Atualmente, quando estou prestes a explodir, paro, respiro fundo e reflito. Por fim, acabo por não reagir tempestuosamente. Não vale a pena. Não se justifica entrar em demandas que estejam a ser sustentadas pela raiva ou frustração. Essa acalmia interior que se vai manifestando cada vez mais, acaba por se refletir, com maior ou menor preponderância, em todas as áreas da minha vida. Fisicamente não regresso a lugares do passado, mas revisito quartos escuros da minha alma e...

Saara bem perto

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As poeiras do Saara chegaram a Portugal. Os céus pintam-se de cor de laranja, não pelos melhores motivos. Está um tempo estranho, tão estranho como a atualidade. Sei que já falei várias vezes sobre um tempo de mudança, mas nestes últimos dois anos tenho visto e sentido a sua influência a nível global. É estranho. Parece-se com tudo o que li nos livros de história mas que a minha mente não conseguia compreender para além da teoria. A mudança entranha-se-nos nos ossos. Entra-nos pelas vias respiratórias.  Há que manter a fé no coração e o discernimento na mente.

O Louco [Excertos]

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"Nós somos o Peregrino, o Louco que aceita fazer o Caminho na esperança de se encontrar ou transmutar, e pelo Conhecimento reencontrar a Porta que conduz à origem. (...) Em cada novo dia, encontramo-nos no primeiro dos degraus da escada que temos que subir para atingir esses objectivos. Mal de quem se senta a olhar para o caminho percorrido, em vez de preparar o que falta percorrer. Não devemos nunca esquecer que há três maneiras de estar na vida: recordando o passado, sonhando com um futuro, ou aproveitando a única realidade que é o presente." José Medeiros, "O Caminho do Conhecimento, A Cabala Retificada" 

Das Viagens ao som de Eivør

Memórias

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Lembro-me de três gerações a passarem a ponte. Lembro-me da minha pequena mão de criança segurada pelas matriarcas. Lembro-me do barulho feroz e do fascínio que sentia à passagem do comboio. Lembro-me das minhas heranças trazidas no sangue, no ventre e na memória. Lembro-me de um tempo que já lá vai mas que fica. Celebro-o! E agradeço-lhes, àqueles e àquelas que vieram antes de mim. 

Resumo da Semana

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Fuga

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Demarco-me do exterior. Sou uma estranha neste mundo. Gosto da beleza natural, mas assusta-me a natureza humana. Não obstante, também eu tenho forma de gente e partilho desse ADN que tanto me atemoriza. Desligo a TV. Desconecto-me das notícias virtuais. Suspendo os sons das palavras ásperas. Caminho por onde não passa gente. Oiço o barulho dos pássaros que pousam no cimo da Igreja. Oiço o barulho do vento que me gela os ossos. Procuro refúgio e proteção contra a demência social. Ainda assim questiono-me se viver em constante fuga é a solução.

O mundo dos pequenos e dos grandes ditadores

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Os últimos dois anos têm sido desafiantes a nível mundial. Ainda a situação do covid não foi completamente ultrapassada e já nos deparamos com uma guerra em solo europeu. Os mídia não falam de outra coisa. De repente, o número de infetados com o novo corona vírus perdeu quase toda a importância. Para mim tudo isto é surreal. As pessoas voltam a ofender-se mutuamente nos confessionários virtuais, isto é, redes sociais. O inimigo já não é o antivacinas mas o apoiante do PCP, partido esse que publicamente não censurou a invasão à Ucrânia. O inimigo já não é o negacionista, mas o russo. Condeno a guerra da mesma forma que condeno a manipulação das massas. Somos marionetas inconscientes da sua própria ignorância. Há dias em que para conseguir lidar com tudo o que vejo tenho de me afastar e fazer mesmo de conta que não estou neste mundo. Desconheço as saídas para a paz, para a tolerância e para a verdade. Não sei mais quem é o ser humano. Não percebo o que andamos aqui a faze...

Da luta interna [Citação]

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"Não sei quem sou nem o que sou, pois o que pensava que era não é o que sou. Estou me desintoxicando do que era para ser o que sou. Não compreendo ainda quem sou, mas estou à procura de mim." Augusto Cury

Caminhada em Dia de Carnaval

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Hoje é dia de Carnaval. Não ligo à festividade em si e já há muitos anos que não a festejo. O meu chefe deu-nos a tarde. Aproveitei para retomar aquelas caminhadas que nos últimos tempos têm sido penosas. Almocei bem. Bebi bem. E segui. A tarde esteve esplendorosa. Revisitei lugares onde em tempos encontrei pessoas, onde me aventurei, onde sorri, onde chorei. Lugares onde me senti bem na minha pele e onde às vezes, na mesma medida, me senti uma merda. Subidas e descidas, em marcha lenta, consciente e sem pressas.