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A mostrar mensagens de outubro, 2021

Em modo de recolhimento

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Regresso ao meu cantinho na blogosfera, o único local no mundo da web onde me sinto bem. Estou novamente em recolhimento, tal como a lua que mingua nos céus. Ontem, enquanto sentia a vibração do meu tambor nas mãos, um som paralelo tornou-se timidamente audível. Ainda que fossem os meus ouvidos a captá-lo, a minha mente imaginou-o com o formato de linhas de luz a estenderem-se e a contraírem-se no ar. Por instantes, o meu radar interno capturou outras frequências. E foi assim, ainda sob a influência desse estado vibratório, que adormeci no quentinho da minha cama. Às vezes imagino que esse recolhimento me retira do mundo físico e me leva para templos sagrados de conexão à verdade e à vontade. Não me causa desgosto estar encarnada. Muito pelo contrário. Gosto dos pequenos prazeres naturais, como cheirar as flores de outono, ou mergulhar nas águas salgadas do mar da Costa da Caparica. Gosto de uma imperial fresquinha em dias quentes e do sabor das castanhas assadas no Inverno gelado. Ou ...

Deixa fluir. Confia!

Tantas vezes tentamos controlar o curso da nossa vida como se tentássemos controlar o fluir da água de um rio com as nossas mãos. É um esforço inglório e completamente desproporcional. O rio segue o seu caminho da mesma forma que a nossa vida seguirá pelas avenidas ou portas e travessas conforme lhe seja suposto. Não há castigos, apenas reais possibilidades de aprendizagem. A bem ou a mal! Deixa fluir. Confia! 💙🙏

Momentos

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Esta lua cheia trouxe-me imensas coisas. Inesperadas, improvisadas, instantes imaginados na minha mente várias vezes que se tornaram realidade em minutos e horas. Após a viagem de ida e volta pela calada da noite, regressei ao meu lar. Guardo no coração o momento. Nada me pesa. Não há propriamente incertezas porque hoje sei que a vida é feita de momentos e os momentos são os verdadeiros tesouros da alma. Entretanto, no Domingo, voltei ao estudo do Tarot pela intuição e consciência do Eu. Pode parecer que falo de situações díspares mas, na realidade, conjugam-se numa verdade sobre quem sou eu quando me amo e quando amo os outros. Amo-me quando amo a procura pela verdade, o saber, a intuição. Amo o outro quando o deixo livre para estar na minha vida, ou não. Percebem como esta liberdade retira o peso excessivo? É como aceitar e deixar que o rio siga em direção ao mar sem tentarmos, em vão, travar o seu fluxo! É aceitar o que vem, quando vem, como vem! É perceber que nós próprios somos a...

Lua cheia em Carneiro

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Esta lua cheia puxou forte e feio por mim. Tenho dormido mal, sinto-me constantemente cansada e indisposta. As emoções estão à flor da pele. Não quero estar entre paredes a não ser se forem as do meu Templo. Tento-me centrar enquanto inspiro o cheiro da água florida das mãos. Mas os poisos em que estou não são aqueles por onde a minha alma quer voar. Desafio-me a não fazer algo mas faço. Exijo-me a fazer algo mas não consigo. Tenho consolo no belo silêncio de uma sala vazia antes que as conversas cheguem para perturbar a sua sacralidade. Quero viver. Não quero sobreviver. Não me quero arrastar. Quero estar firme na minha Vontade. Não sei bem que revolução se passa nos céus que me desafia no corpo.

Aprender a relativizar

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Conheces a sensação de dar um passo em frente e retrocederes dois? A sensação existe mas talvez não seja tão real como parece. Esta semana, em conversa com uma grande amiga, relembrei algumas da minhas dores não digeridas. Estava no comboio rodeada de pessoas e apenas por esse motivo não deixei que as lágrimas caíssem. Havia uma parte em mim que me dizia: "Ainda nisso Lídia?!" Gostaria que o tempo já me tivesse levado certas lembranças, mas isso ainda não aconteceu. E logo regressei a alguns hábitos que considero pouco saudáveis.  Não pretendo defender as minhas ações mas também não quero ser excessivamente crítica em relação ao que eu ainda não consigo ultrapassar, curar ou integrar. À medida que abandono o campo de batalha e me perdoo pelo que sinto, inclusivamente pelos sentimentos que muito me envergonham, tive a sensação de que não regresso exatamente ao mesmo ponto. Mais uma vez, a resposta à pergunta - "O que é que mudou?", avizinha-se de fácil compreensão. E...

"Never assume that loud is strong and quiet is weak." [Unknown]

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  P.S. Foto tirada do comboio a caminho do trabalho

Tambor

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Contrariamente à semana passada, domingo começou nebuloso e tem-se prolongado pela 2ª feira adentro. É o tempo dos mistérios, da natureza em suspiro. Ontem passei perto de Pedrógão para levantar uma encomenda muito especial, o meu tambor. O processo em si não foi assim tão especial ou pelo menos não correspondeu ao que tinha imaginado. Como tudo na vida, as coisas vêm na altura e moldes certos, apesar de todas as ilusões que possamos criar. Gostei de conhecer pessoalmente o João, o artesão que lhe deu vida. Quando falei com ele percebi que a sua energia era muito diferente do comum. É uma alma que vive em comunhão com a natureza, o que contrasta imenso com a confusão caótica da capital. Perguntou-me que fazia eu da vida. Falei-lhe da minha profissão salientado firmemente que sei que a minha alma deseja algo bem diferente. Sorriu então e enquanto apertava as cordas para puxar a pele do tambor disse-me: "sabes, é uma escolha tua!" Respondi afirmativamente como quem sabe bem que...

Roma Areeiro

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Não está um Outubro de chuva nem descida de temperatura. Já me chegou o cheiro das castanhas, um cheiro apetecível mas estranho uma vez que ainda está tempo quente. Esta semana foi desafiante. Tenho-me sentido fisicamente cansada. Não consegui ir ao ginásio pelo que fiz algumas caminhadas em substituição: desde a Alameda passando pela Av. de Roma, que me trouxe recordações de quando lá morei há mais de 20 anos. É interessante passar pelos mesmos locais com um intervalo significado de tempo para perceber não só o que mudou naquelas ruas, mas também o que mudou dentro de mim. 20 anos não assim tantos anos, mas a diferença é abismal. Se não fosse por ter algumas daquelas lembranças bem presentes, ainda acharia que estava a falar da história de outra pessoa. O tempo leva-nos mesmo tudo, incluindo a forma física. Mas não leva os momentos marcantes, sejam bons ou maus. É curioso como me lembro de situações aparentemente tão insignificantes mas que, por algum motivo, nunca as esqueci. - O pão...

Bleeding woman

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Dark Moon, Barefoot, red cloak, starry veil… She, the earth’s daughter, walks the secret paths of her ancestors. The tears unravelling through her chick meet the floor next to where her blood has poured. She’s the sorceress. She’s the priestess. Not too young. Not too old. Ageless. She’s the nurturer of her own being. She’s the magician. Her roots are strong. Nature’s sap runs in her veins. Her eyes see far above as she stares at the sky. She speaks without words. She feels with such an intensity that it even aches. She’s every woman. Every woman is her similar. Every woman is you and you are every woman. She’s you. Imagem: Sisterhood of the Divine Feminine, por Lila Violet

Estar no presente

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Estar no presente... no momento no silêncio na conexão na observação na consciência no vento na terra Estar de braços abertos, coração aberto, olhar atento para cima. § Retira a expectativa de tudo. Até das palavras. Apenas está e deixa fluir. § Foto: A tentar captar os tons outonais

Confia e entrega

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A vida vai testar-te diariamente e, se parecer que o seu ritmo abranda, talvez seja pertinente preparares-te para quando os seus desígnios promoverem um movimento a alta velocidade. Vais ser recordad@ de que há um tempo para descansar e um tempo para criar. Vais ser impulsionad@ a um caminho que se desenvolve verticalmente. Se a mensagem foi percebida subirás mais um degrau. Não te retanhas, não percas o foco.  Presta atenção ao que vais sentido, ao que vais intuindo... Confia nas mãos sábias da vida e entrega. O Eu divino conspira a teu favor.

Lisboa

Lisboa, um dia será o último dia que nos encontraremos. Terei saudades, estou certa. Que esse dia não seja para já. Ainda desejo descobrir os teus caminhos mais secretos. Música de fundo: Nena, "Portas do Sol"

Aceitação

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Durante os anos que morei em Lisboa tive o hábito de, sempre que me sentia sozinha, sair de casa e percorrer as ruas sem destino. Vira à direita, vira à esquerda, sobe, desce. Ansiava imenso por encontrar algo que me trouxesse paz. Escusado será dizer que a paz não veio com aquelas caminhadas. Ao fim de algo tempo percebi que, na verdade, o que eu buscava era eu mesma e este Eu que procurava era o mesmo que me acompanhava no caminho. Atualmente, continuo a deixar que os meus pés me guiem. Adoro descer pela Calçada da Estrela e ir até ao Cais do Sodré. Mas já não procuro nada. O que tenho no momento chega-me e o que sou no momento basta-me, pelo menos até que seja tempo de ser outra Lídia tão parecida e ao mesmo tempo tão diferente da Lídia atual.

Trobar de Morte - Summoning The Gods

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Banda sonora da semana, com a entrada no mês do Samhain 💜

A Verdade

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Esta semana chegou-me esta mensagem. Verdadeiramente inesperada e verdadeiramente certeira. Vai ao encontro da minha partilha de ontem: o caminho da Verdade, traçado firmemente como a seta que é impulsionada pelo arco nas mãos do índio. Ao ver esta imagem lembrei-me de uma visão que tive em Março de 2020 durante uma meditação, alguns meses antes da descoberta do xamanismo.  Uma série de índios dançavam à volta de uma fogueira. Cheguei-me perto deles, tendo descido de uma montanha que separava, no meu sentir, o mundo dos vivos do mundo dos mortos. Vi-me como eles, com penas, descalça, alegre, a dançar ao redor daquele fogo sagrado. A Verdade é o sentir da vida, a minha busca, o meu caminhar e o meu destino.