Caminhada de Almoço
A temperatura desceu hoje. A ameaça de chuva traz um tempo encoberto. Gosto.
É o momento ideal para uma caminhada à hora de almoço. Nem demasiado frio, nem demasiado quente.
Passei por um dos meus locais favoritos. Fui descendo ao longo do Aqueduto das Águas Livres. Do outro lado, separado pelo Eixo Norte-Sul, vi Campolide. O relógio da Igreja tocou com o bater das horas. Imagino que fossem 12h30.
Senti uma tranquilidade enorme.
"Não me perdi a mim mesma."- são as palavras que me vêm à mente. Está tudo bem.
Ao olhar para as casas em redor lembrei-me da minha infância ainda que aquelas casas não fossem da minha infância. Talvez seja o silêncio que ali impera que me faz recuar ao Cartaxo.
Passei por tantas coisas para chegar aqui, a este momento.
Saio e regresso a esta casa de mistérios imensas vezes, sempre de livre e espontânea vontade.
Os meus instantes de solidão são uma dádiva porque através deles oiço-me, vejo-me e sinto-me.
Ao regressar olhei para o céu. Questionei-me como será um dia o retorno a casa, à casa para onde vão as almas quando o corpo cessa a sua existência.
A dúvida não me faz desejar a partida mas também não a quero temer.
Há algo que sei do fundo do meu coração. Quero aproveitar o presente para ESTAR.
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