Sorri... É simples!

Transportei-me por momentos para a praia da Cruz Quebrada enquanto olhava para fotos minhas de há 4 anos.

A praia em si não tem nada de especial. A vantagem (senão única) é a de ficar junto à estação de comboios da CP. Apesar disso, faz parte das minhas melhores recordações. Simboliza uma espécie de emancipação interior e de expansão. Leva-me para o tempo em que morava em Lisboa, para o tempo em que caminhava livremente, para o tempo em que comecei a perscrutar os becos e cantos lisboetas na busca pela melhor fotografia. O tempo em subia até ao miradouro das Portas do Sol a pé. O tempo em que comecei a descobrir a Avenida Almirante Reis e comprava especiarias e temperos nas lojas de comida chinesa, a maioria dos quais nem sabia lhes dar uso. O tempo em que registava na minha agenda os nomes das ruas para não me esquecer de um dia lá voltar. O tempo em que me metia no comboio e ia até à praia e ficava deitada na toalha a ouvir o som das gaivotas e a sentir o cheiro do mar. O tempo em que as árvores do Parque Eduardo VII eram boas conselheiras. Enfim, um tempo que hoje resgato através da minha memória e me conforta.

Não que tudo isso não seja possível de ainda ser feito, mas a sensação é outra. Talvez viva num mundo irreal e por entre o caos que se instala, tente plantar um caminho de esperança. Esperança naquilo que eu tantas vezes defendi: as coisas simples; da simplicidade que é vivida sem medo e sem pretensiosismo. 



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