Crescer

A "pandemia" e o confinamento "obrigaram" a um recolhimento forçado. De repente, o mundo exterior fica em modo standby e o cenário muda para o interior das nossas casas. Talvez por isso mesmo, se tenha verificado uma procura enorme por cursos e formações relacionados com "espiritualidade" e "desenvolvimento pessoal." 
Espiritualidade, a meu ver, é sempre um tema controverso. Também não é por acaso que, à medida que essa procura aumentava, também cresciam os textos e posts nas redes sociais sobre o que não é a espiritualidade.
Pessoalmente, gosto cada vez menos de conceitos. Dar um nome a algo é limitativo, colocá-lo em gavetas é castrador. 
O ser humano está neste plano para evoluir. É esse o meu entendimento. E fá-lo aprendendo e desaprendendo coisas. Acredito que, quando há demasiadas certezas é porque algo está incrivelmente errado! É a ausência de certezas que nos faz procurar, mergulhar, chafurdar quantas vezes sejam necessárias à procura de respostas que, por vezes, só nos servem naquele dia em específico e logo deixam de fazer sentido, ou tendo por base questões que, com o tempo, aprendemos a relativizar.
Se evoluímos, também as nossas ideias evoluem, a nossa forma de pensar, a nossa forma de encarar a vida, a nossa forma de nos relacionarmos connosco próprios e com os outros, a nossa forma de amar, a nossa forma de dar e de nos darmos e até a nossa forma de receber.
Para mim (e esta é uma opinião muito pessoal, limitada e sempre sujeita a atualização) espiritualidade, sem qualquer tipo de floreados, é o SILÊNCIO e a ORAÇÃO. É o silenciar de fora para ouvir de dentro. Esta "oração" não tem a ver com religião. É sim um "diálogo" sagrado que podemos estabelecer com um deus em específico, se assim fizer sentido mas não obrigatório. Pode ser um diálogo com a natureza, com os astros, com a chuva, com o vento. Pode ser um diálogo com o nosso EU superior, com o nosso guia, o mestre que nos habita. Diálogo através da palavra, através da reflexão, através da lágrima, através do sorriso, através do grito. Ou até na ausência disso tudo. No estar apenas connosco próprios. E o caminho vai-se trilhando, às vezes nas estradas de terra batida, outras vezes nas autoestradas da alma, avançando uns passos e recuando outros tantos. Caminho iluminado pela luz interna ou completamente ofuscado como se estivéssemos numa noite de lua negra. Sucessivamente voltando ao ponto de partida em que tudo é tão parecido e tão diferente.
Simples 😊 Ou não.

Foto tirada na Palhota (Cartaxo)




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