Resoluções

Estamos a chegar ao final de 2020. 2020 foi um ano difícil mas, na minha experiência pessoal, não foi dos mais difíceis. Os meses de Novembro e Dezembro têm sido aqueles que maiores desafios me têm colocado. Talvez seja esta energia violenta de Marte em marcha, ou da conjunção Júpiter - Saturno que se aproxima. Talvez nada tenha a ver com isto.

Não durmo bem como era costume. Sentimentos adversos que, nos meses anteriores foram de certo modo contrabalançados com uma dose de otimismo, ganham agora força. Aceito. Não sei se era o ideal, mas não consigo fingir mais que não sinto o que sinto, que não penso o que penso e que não sou o que sou. Esta foi a minha grande conquista de 2020. Se mais nenhum motivo houver, só por este motivo já terá valido a pena.

Não é altura para grandes decisões, nem eu tenho força para as tomar.

Não é o momento para as caminhadas que em tempo tanto desejei. Os dias são frios e este Outono, quase Inverno, tem-nos presenteado com mais chuva do que era habitual. Gosto de chapinhar com os pés nas poças de água. Gosto das gotas que escorrem pelo vidros embaciados dos autocarros da capital. Gosto das escassas oportunidades em que posso ir percorrer as ruas praticamente desertas da Baixa. São estes os poucos luxos a que me permito. Daqui a um tempo talvez já não me sirvam, mas por hoje não me queixo. 

Há um pensamento que me tem acompanhado ao longo deste ano: "Não definas a tua vida por tudo o que não conseguiste exteriormente mas sim pelo que tens vindo a conquistar dentro de ti." Há uns dias comentava com uma grande amiga que a maior ambição a que devemos apelar é à paz de espírito. Nada nos serve se não estivermos em paz. Acredito nisto.

Talvez por isso, esteja, nestes últimos dias do ano, a tentar reduzir ao máximo os estímulos externos. Não que esses estímulos não possam ser bons, mas sei que não me trazem paz. E percebo isso nas noites que me mantém acordada por mais tempo do que seria habitual.

Segue a minha lista de resoluções:

- Viver o presente;
- Estar no presente;
- Deixar ir o passado;
- Não me inquietar com o futuro;
- Ser eu mesma sem máscaras;
- Aprender a dizer "não";
- Fluir como o rio e continuar a encontrar encanto na beleza da vida;
- Nunca perder a capacidade de ver essa beleza.
- Não procurar fora. Encontrar dentro.


LMP




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