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A mostrar mensagens de dezembro, 2017

Overview

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The year is ending. I'm not making plans this time but I can't help thinking about the last twelve months. I had moments of joy and moments of sadness. We cannot be happy all the time and we cannot be unhappy all the time.  Much has happened. My grandmother died in the beginning of the year. I wrote a post about her death but didn't speak about her ever since. I remember going to her funeral. Once it ended I ran off the cemetery alongside my sister. I don't like cemeteries. I don't like pain. I don't like people crying, even though I'm a crying baby myself. I took the bus back to Lisbon that same day. I didn't want to be there, that small town where I grew up and where my grandparents have lived their entire life. These last few weeks I have been thinking about her and my grandfather though. He passed away on December 2015. My mother always told me that when I was born and he looked at me for the first time he said I would be a wild girl. Apparently I ...

O que faço aqui?

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Lembro-me de há uns anos estar no shala a praticar quando me chamou a atenção uma rapariga que se encontrava à minha frente. Já a tinha visto antes. A maioria dos alunos chegava, colocava o tapete no chão e começava logo o surya namaskar. Mas ela não. Sentava-se sempre primeiro em padmasana, mãos em jnana mudra, olhos fechados, e assim ficava durante uns minutos. Quando finalmente iniciava a sua prática, a mesma era fluída, leve, silenciosa e tranquila. Somos inspirados pelos outros e lembro-me de dizer a mim mesma que um dia queria que a minha prática fosse assim. Em cinco anos, conto pelos dedos das mãos o número de vezes que consegui essa fluidez, leveza e silêncio. Não sei se alguma vez consegui a tranquilidade. O caminho quase nunca é de paz, mas de caos. A motivação nem sempre é a correcta.  A dor da alma vai-se confundido com a dor do corpo. Há uma espécie de convicção que apenas serve para camuflar as incertezas. E depois perdemo-nos, uma e outra vez, só para recomeça...

2017

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2017 está a chegar ao fim. Não quero fazer balanços, nem tão pouco planos. Tento aceitar o meu caminho, ainda que possa ser incompreensível para os outros, e tantas vezes até para mim mesma. Mas aceitar o caminho é aceitar a minha vida, e aceitar a minha vida é aceitar-me a mim mesma. Hoje percebo que as coisas que mais desejo são as que mais temo e, talvez por isso, ainda viva refém de um sentimento de perda.   Ainda há muito que não entendo. Ainda repito os mesmos erros. Ainda me deixo cair num vaivém de emoções. Ainda espero demasiado dos outros.  Ainda me desiludo.  Ainda choro.  Mas, e apesar de tudo, também consigo sorrir. E há muito mais que consigo fazer! Hoje consigo não lamentar o que não foi. Hoje consigo não lamentar o que ainda não tenho. Hoje consigo não lamentar o que ainda não entendo. Hoje consigo não lamentar o que ainda não consigo ser. Por agora, basta-me o que sou.

Há dias em que não quero palavras…

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“A Misteriosa Arte de Vencer na Vida” [Excerto]

Em tempos li um texto fantástico de Jorge Angel Livraga intitulado “A Misteriosa Arte de Vencer na Vida”. (1) A meio do texto o Prof. Livraga compara o processo de viver ao forjar de uma espada. Para não correr o risco de falhar na reprodução da ideia do autor, transcrevo aqui o excerto: “Vocês sabem que as melhores espadas são feitas com golpes e que passam do calor para o frio, e do frio para o calor de uma maneira verdadeiramente brutal? Também nós não necessitaremos de ser temperados? Receber os golpes da vida como a espada recebe os golpes da bigorna? Aquele que alguma vez tenha visto trabalhar numa bigorna saberá que, juntamente com as mesmas marteladas, pode-se escutar outro som. São os gritos do metal que se sente esmagado. Sim, a espada grita e permanece, grita e permanece, até que, por fim, esse ferro, que não era mais do que simples metal, vai-se convertendo, devido aos golpes – e por ter sido imerso nas águas frias ou nas misteriosas substâncias da liga -, numa folha de ...

Retorno

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Há momentos em que escolhemos a escuridão em detrimento dos raios de sol. Há momentos em que calamos as vozes e procuramos o silêncio. Há momentos em que nos perdemos. Há momentos em que perdemos. É nessa perda que encetamos o caminho de regresso a nós mesmos. É agridoce. É feito de dor e é feito de esperança.

On yoga practice

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I may not be the most dedicated student. I know I’m not the most disciplined student. I may be lazy and I get so overwhelmed by my own problems that sometimes is unbearably to practice. I get disconnected. My breath becomes irregular. My focus gets lost. And there I am: stiff body and stiff mind. Yoga is an invitation to heal. And as we practice, all the struggles, the pain and suffering that lay deep down inside us, eventually comes to the surface. That’s when the knees start to hurt, and the arms, and the legs and the wrists, and then everything aches and we feel like we’re stuck into an old man or old woman’s body. The beauty of this is that we are being given the opportunity to improve ourselves, to become more conscious, to become aware of all the parts of our soul that still need to be polished. With time, method and devotion, we experience the true connection with ourselves, with who we really are, that part of us that is not subjected to criticism nor self...

A caminho

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Damos voltas e voltas e voltas e desembocamos no mesmo lugar. Ouvi ontem alguém dizer: "Os traumas não se esquecem. O passado não se esquece." Sendo tudo isso verdadeiro, podemos escolher deitar as sementes no presente para que brote algo de bom no futuro. Podemos olhar para nós mesmos como seres que merecem o amor e a felicidade. Podemo-nos sentir dignos, podemo-nos sentir merecedores apesar de todas as nossas fraquezas e imperfeições. Podemo-nos perdoar por todas as nossas fraquezas e imperfeições. Viver é aprender. Aprender que somos mais do que a superfície e, quando percebemos isso em nós, percebemos isso no outro.

Senda

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Comparo o acto de viver a um acto de fé porque, convenhamos, não houvesse a crença em algo melhor no futuro, muitos de nós desistiriam a meio caminho.  Há quem fale em “viver intensamente”, “viver plenamente”. Mas o que significa isso? Que intensidade e plenitude devemos nós almejar? Dinheiro, luxo, riqueza, amor? Será que isso tudo é mesmo sinónimo de felicidade? É possível sermos felizes num mundo de dor e de sofrimento? Porque o sofrimento existe e, lamentavelmente, chega a ter mais força do que o nosso desejo de felicidade. Somos condicionados pelos nossos medos e expectativas. Atribuímos responsabilidades aos outros, ao karma, aos astros…. Incompatibilizamo-nos. Repetimos padrões de comportamento. Insistimos nos mesmos dramas. Acertamos, erramos, acertamos, erramos. A vida é isto.   Uma sucessão de momentos intermitentes, uma oscilação entre a alegria e a tristeza, a fé e a descrença, a certeza e a dúvida. Faz tudo parte do processo de crescimento e crescer dói. ...

Quando falham as palavras... resta o silêncio

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Quando falham as palavras, resta o silêncio e desejamos que pelo menos o silêncio nos consiga consolar. Mas que consolo pode haver naquilo que já não tem forma, naquilo que saiu da luz do dia e se embrenhou na noite? Como se reconstroem almas a partir de restos?

Hoje

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Há três anos passei por uma das fases mais difíceis da minha vida e, passados três anos, esses momentos ainda me vêm à memória com alguma frequência. Já não há tristeza mas um reconhecimento de que são essas provas da vida os nossos maiores mestres. Buda dizia que a dor é veículo de consciência. A ideia chave é de que aprendemos, crescemos e evoluímos muito mais na dificuldade do que na facilidade. Quando somos obrigados a enfrentar os vendavais da vida e, passada a tempestade, ainda permanecemos de pé, descobrimos que a vida nos transformou, e os ventos que levam alguma da nossa dor, são os mesmos ventos que nos trazem a compreensão. Assim, quando recordo a menina que fui, que se escondia debaixo dos lençóis e fechava as cortinas para não deixar o sol entrar, recordo-a de forma compassiva e não posso deixar de esboçar um sorriso ao me dar conta de que muita dessa dor já se transformou em algo muito bonito. Virou poesia, virou arte,virou fé, virou amor, .....