Tapas

Em Abril fiz um workshop com o Tomás Zorzo. Creio que na altura falei sobre isto.
Para além da prática de asanas e pranayama, o Tomás também nos explicou os koshas e a importância de Tapas.
Ele disse-nos várias vezes: "É importante perceberem exactamente o que Tapas significa."
"Tapas" é um dos niyamas e, normalmente, é traduzido por disciplina.
Sempre assumi disciplina como o "foco numa ação". Era esse foco que me fazia ir diariamente às aulas de yoga, era esse foco que me fazia querer progressivamente adoptar uma dieta vegetariana, era esse foco que me fazia tentar entender os yoga sutras, era esse foco que me fazia acreditar que este era o caminho para ser a melhor yogi possível. Enfim, talvez "tapas" também possa ser tudo isso. No entanto, Tomás deu-nos uma definição surpreendente: "tapas" enquanto a capacidade de nos desapegarmos do que nos causa apego. Isto fez-me pensar...
Será que conhecemos os nossos verdadeiros apegos? Fala-se muito do apego ao dinheiro, o apego ao sucesso, o apego à comida, o apego ao sexo, o apego à família... Mas e o apego às convicções, aquilo que defendemos acerrimamente? Será pura crença? Ou será apenas conforto? Mudar de ideia, mudar de plano, não é fácil. Deixar algo de lado em que investimos tanto tempo e vontade, não é fácil. 
Se não pensar assim agora, vou pensar como?
Se deixar de sentir isto, vou sentir o quê?
Se deixar de ser esta pessoa, em quem me vou tornar? 
Vou gostar do que penso, sinto e sou depois disso? E os outros, vão gostar de mim?
Apego! Apego! Apego! Apego a gerar expectativas, expectativas, expectativas!!!
 
[E a minha mente rebelde grita: “Se só por hoje eu tivesse a expectativa de não ter expectativas….]






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