Workshop Ashtanga

Neste fim de semana de Páscoa tive a oportunidade fantástica em participar num workshop de ashtanga yoga com o fabuloso Tomás Zorzo. Foi uma experiência libertadora a vários níveis. Entre prática de asanas, pranayama, praia, sol e convívio, dei por mim também a chorar compulsivamente na casa de banho. Enxuguei por fim as lágrimas e voltei para o tapete para fazer o sirsasana. Senti-me, literalmente, vertical apesar de estar de cabeça para baixo, mas estava alinhada comigo mesma.
Já há muito tempo que reparava que as aulas de yoga eram muitas vezes acompanhadas de longos bocejos. Não era sono, nem aborrecimento…. Este fim de semana percebi por fim o que era enquanto sentia toda uma tristeza recalcada a querer sair do peito pela boca. A minha alma tem tentado expelir o que a bloqueia, mas nestes anos de prática só o consegue fazer a prestações.
Em vários momentos o Tomás dizia-nos: “Perde a cabeça! Perde a cabeça!”, enquanto corríamos pela sala feitos loucos, dançávamos, pulávamos até à exaustão, e por fim o corpo cansado caiu no soalho… o fresco da manhã a entrar pela janela entreaberta e só posso imaginar os milhares de pensamentos que passaram pela mente de cada um de nós ali. Porque, na verdade, nunca perdemos a cabeça. Permitimo-nos, apenas, a instantes, a breves momentos…. Mas esses instantes, esses breves momentos não têm preço. Porque nesses instantes, nesses breves momentos, a vida é fantástica e nós somos fantásticos apesar de tudo o que temos ou não, apesar de tudo o que somos ou não.









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