A Caminhante

33 anos de vida, 33 anos de aprendizagem, 33 anos de tantas dúvidas, 33 anos de algumas respostas. O que aprendi me parece ainda pouco e movo-me por estes caminhos com receio de que a direcção não seja a correcta e os meus olhos míopes não me estejam a ajudar a ver as coisas como elas efectivamente são. No acumular de vidas e vidas e vidas em que as almas se testam e tentam a sua evolução, 33 anos parece nada. Para mim, 33 anos é tudo! E estou feliz, verdadeiramente contente porque me tornei muito menos exigente. E nessa menor exigência, parece que não há margem para danos maiores. Apetece-me ir passear, comer bem, beber um bom vinho, ler, ler e ler, sorrir, conviver com os amigos... E é como se não houvesse nada mais valioso do que isso. E um pequeno gesto torna-se grande, e um pequeno passo é uma enorme conquista.

Hoje não há muito para dizer. Daqui a umas horas vou fazer uma apresentação pública. Para quem, como eu, receia falar em público, este é um verdadeiro desafio. Para quem, como eu, gosta de ser o centro das atenções ( mea culpa :) ), este é um verdadeiro desafio. Independentemente das motivações, tudo é um desafio. Muito grata a quem e/ou o que me permite estar calma apesar de tudo. Thumbs up, que hoje o caminho é para a frente!!!!

Quero ir à Baixa-chiado passear. Passar pela fnac e ver os livros que penso em comprar. Quero beber uma ginginha. Quero percorrer todas as lojas esotéricas de Lisboa. Quer pôr as leituras em dia.  Quero passar os apontamentos das aulas a limpo. Quem sentar-me no jardim perto da minha casa e fechar os olhos. Quero pensar! Quero reflectir! Amanhã há as obrigações. Depois irei fazer tudo isto. :)

Ao longo da nossa vida somos submetidos a testes e provas.  Uns são os desafios diários que nos permitem fazer algumas correcções. Outros, são de maior magnitude e por vezes significam uma mudança significativa na nossa vida. Os dias não podem ser todos os iguais, nem a vida pode seguir uma linearidade. Como em tudo, há um momento para continuar, um momento para parar e um momento para mudar. Se assim não fosse, ficaríamos presos no mesmo sítio. É certo que há experiências que são verdadeiramente dolorosas. Estas são as tais de maior magnitude. Salvo raras excepções, depois da tempestade descobrimos que não somos os mesmos. Se o exterior pode reflectir similitude com quem éramos antes, o interior dificilmente será igual. Algo que tenho tentado introduzir na minha vida é exactamente essa consciência. Por mais que se avizinhe uma prova que possa ser difícil, sei que houve outras muito mais difíceis e que, um pouco aos trambolhões, acabaram por ser ultrapassadas ou, parc...

Ao longo destes três anos de prática de yoga, ouvi e li muitas vezes os professores a dizerem: Just surrender! Nunca percebi muito bem o que queriam dizer e de que forma podia incorporar esse "estado de rendição" na minha prática. Esta segunda-feira houve aula guiada e decidi, após alguns meses de recusa interior, esforçar-me mais, dar tudo por tudo, e levar a sequência de asanas até ao fim, excepto claro as que, nesta fase, ainda são impraticáveis. Com receio de me faltar o ar pelo caminho :) ou chegar a estado de exaustão que me impedisse de continuar, decidi não esforçar muito os músculos. Fazer o que tinha a fazer, mas sem puxar muito pelo corpo. Julguei, honestamente, que esse motivo era o que justificava ter conseguido chegar ao fim. Mas ontem percebi que não. Talvez se trate exactamente desse "Just surrender", de entrega total ao yoga. O nosso corpo em sintonia com a nossa alma. E parece que tudo flui, com esforço mas ao mesmo tempo...

E se tudo falhar coração, restamos nós! Eu, eternamente crédula, e tu a bateres no meu peito. Ligados pelo sonho, sempre inseparáveis. Companheiro  mais bobo desta boba menina!

Estava a pensar nisso enquanto mordiscava a minha quiche de fiambre e queijo. :) Que significa ser livre? Podíamos supor que liberdade fosse o estado de poder fazer tudo o que se quer, de não termos restrições, de não nos virmos privados do nosso direito em sermos como queremos, pensar e dizer o que queremos e agirmos segundo os nossos critérios. Não sei como definiriam os outros a liberdade. Para mim, liberdade é não precisar de nada nem de ninguém. Esclareço melhor. Não significa afastarmo-nos dos outros ou não nos preocuparmos com quem e o que nos rodeia. Mas tantas vezes vivemos de forma obsessiva, reféns da opinião alheia, magoados pelas palavras que não foram ditas ou foram ditas em excesso, ou coléricos pela acção do outro que não entendemos.... Presos aos desejos e caprichos do corpo e da necessidade de aceitação e de pertença. E enquanto nos debatemos com estes "monstros", há tantas coisas que nos passam ao lado. E se não precisássemos de nada disso a n...

Ainda não é desta, parece-me. E sou novamente discípulo à prova, tão humanamente carente. Nada disso dói, porque o pouco que julgava não interessa. Não é preciso criar templos, nem se deve valorizar em demasia aqueles que não são heróis.

The places I've been, the things I've seen. I was free and I knew that. I wish I could go back.

Hoje deixei para trás alguma bagagem. Nem sempre o fazemos por opção. Há momentos em que não temos outro remédio. Levamos sonhos às cavalitas, mas se eles cessão, ou a nossa capacidade de sonhar encrava, é melhor recuperar energias antes de voltarmos à estrada, ou mudar de sonho. Não pode ficar igual aquilo que já não é igual. Nem acreditar no que sabemos ser a mentira. É preciso renovar e desengane-se quem pensa que é fácil. Não é fácil. É doloroso, quase sensação claustrofóbica. Antes de sermos fénix, somos apenas cinzas.  É o perdermos a esperança, a vontade, o ímpeto. É ver tudo escuro, negro. É vermos o outro como ninguém que interessa e nós mesmos como nada de valor. É andar por andar, caminhar em círculos sem sair do sítio em que nos encontramos. É não entender, não saber fazer a pergunta, nem obter a resposta. É perdermos a ligação com o nosso Eu superior e pensarmos que estamos sozinhos. Por sorte, a Vida tem sempre fé em nós, sobretudo quando temos pouca fé nela...

"Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo." Lisboa Revisited, Fernando Pessoa

Adoro! Adoro! Adoro! Adoro até ao ponto de incompreensão! Nunca um desafio quase insuperável, me trouxe tanta paz de espírito!

Lua Nova, momento propício ao começo, ao recomeço, à nova aposta, à nova criação. Ando em mood optimista, ainda que não pareça. Mas ando. E vai daí quase tudo é permitido, sobretudo o que nunca se fez antes...  Experimentar, diversificar, dar asas à imaginação e, mais do que tudo, viver quase em exclusividade para o momento presente, para o instante, o agora.... now, right now. Deixo os excessos de zelo, os excessos de outra ninharia qualquer que não seja relevante ou pertinente, e.... off I go. E o que foi, foi na altura certa, o que chega agora é oportuno. Let it go baby! Let it go!

Silencia a tua mente e ouvirás!                    * Silence your mind and you will hear!

Vi nascer hoje uma estrela a romper nos céus.... Todos os olhos postos na maravilha celeste ao som estrondoso provocado pelo "parto"... Ummm.... é tudo em sentido figurativo, mas quantas estrelas não nascem dentro de nós? Quantos partos não fazemos apesar da nossa idade e do nosso sexo? Cada sonho é isso mesmo.... é uma esperança renovada ... é um nascimento. Tenhamos fé portanto..... Vale a pena.!!! As caminhadas levam-nos a algum sítio. A fé leva-nos ao sítio certo.

Que encontre a Vontade para mudar o meu EU com a mesma força e intensidade com que mudo a decoração do exterior que me rodeia. Namaste <3

Há momentos em que é suposto seguirmos sozinhos na grande estrada da vida. Quando era miúda tal ideia era impensável! A solidão assustava-me... Só poderia perder-me (acreditava eu!) se não houvesse alguém a orientar-me ou a segurar-me a mão. Estava enganada, como em muitas outras coisas!!! Saí da minha terra natal, vim para a capital estudar, fui a entrevistas de emprego surreais, arranjei emprego, fiz novas amizades, enfrentei novos desafios... E ao final do dia voltei para o meu espaço, o meu espaço sagrado... E passados alguns anos ainda o faço.  Se me dissessem isso quando era mais nova, acredito que choraria desalmadamente e de cabeça baixa perguntaria a mim mesma: "Lídia que fizeste com a tua vida?". Não fiz grande coisa (AHAHAHAHAHAH), mas fiz o que tinha de fazer. Passei por experiências que me fizeram crescer enquanto pessoa, enquanto ser humano, enquanto mulher para hoje conseguir reagir com firmeza perante situações que há uns anos me destruíram por dentr...

oṃ      bhūr bhuvaḥ svaḥ |     tat savitur vareṇyaṃ |     bhargo devasya dhīmahi |     dhiyo yo naḥ pracodayāt || Leva-me para 2012... Onde tudo começou....

Somos todos iguais e somos todos diferentes. Iguais no desejo de sermos felizes, de realizarmos o nosso propósito de vida, de dar forma aos nossos sonhos, mas fomos presenteados com a singularidade com que fazemos ou lutamos por tudo isso. Há quem olhe mais para fora de si mesmo. Há quem olhe para dentro. Há quem anseie entender tudo o que rodeia. Há quem prefira sentir as coisas com intensidade. Há quem mande e os que não se importam de serem mandados. Porque não desafiarmo-nos a olhar o outro nos olhos e a descobrir a pessoa linda que pode estar ali, ainda que possa ter prioridades e objectivos diferentes dos nossos?  O respeito pelos outros é exigível. E que lindo será se o fizermos naturalmente, inatamente. A recompensa é maravilhosa. A compreensão do OUTRO pelo EU anula muitos dos turbilhões emocionais. Gradualmente, sentimos a brotar na nossa alma a compaixão e garantidamente os nossos dias ganham uma cor nova.

Tenho ouvido esta palavra muitas vezes nestes últimos meses. Enquadrei-a na minha vida e, sobretudo, nas últimas experiências vividas e um dia aconteceu, quase sem me dar conta, concluir que isso me tinha acontecido– tinha renascido. Sabemos que nascemos. Sabemos também que morremos. Ignoramos, tantas vezes, que entre um estado e outro há inúmeras oportunidades de renascimento e renovação, em que fazemos uma limpeza interior e deixamos para trás a bagagem que está em excesso. Costumamos fazê-lo com as roupas velhas, com os sapatos fora de moda, com a decoração démodé.  É importante fazer o mesmo com os velhos sentimentos ou pensamentos que já não servem, que já não nos ajudam em nada, mas somente atrapalham porque perderam a sua necessidade ou insistem em manter-nos agarrados ao que está a mais. O momento do renascimento é uma dádiva da natureza, da vida. É a ocasião ideal para começar de novo quando tudo parece ter falhado... de tentar novamente independenteme...

Sabermos quem somos é essencial. É o desejo intimo de não querermos ser como o vizinho porque supostamente é uma pessoa muito mais interessante do que nós. É aceitarmos a nossa cara sisuda mesmo que o outro ria, ou admitir com orgulho as nossas gargalhas histéricas mesmo que os outros primam pela discrição. É dizer SOU ASSIM e isso não é mau! Insisto muitas vezes nesta questão e continuarei a fazê-lo, creio eu, até ao final desta minha vida.  Nenhum desafio me parece mais desafiante e nenhuma verdade me parece levar mais perto do meu objectivo. Não se deve confundir aceitação com incapacidade de mudança. O facto de sermos como somos não nos impede de sermos diferentes, até por isso pressuporia a estagnação do ser humano em vez da evolução. Mas evoluirmos ao nosso ritmo é essencial, de acordo com o que a nossa alma precisa e espera... Seguirmos o nosso caminho e não o destino traçado pelos outros e para os outros. Percebermos melhor quais as nossas potencialidades e em que a...

O meu novo lema... Difícil, mas não impraticável. Thumbs up!

http://www.dn.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=4659473

As minhas expectativas desceram. No entanto, sou hoje uma pessoa muito mais exigente. Desceram porque aceito mais facilmente o que os outros são. Aceito sem esperar atitudes grandiosas ou grandes discursos que iludam a minha mente. Aceito que cada um é como é e é livre de agir como bem entende. Se nos magoar, a culpa é nossa porque permitimos que nos atinjam. Apenas isto! Não podemos, nem devemos culpabilizar os outros pelo que é a nossa vida e as circunstâncias que nos rodeiam. Cada pessoa que connosco se cruza nos faz crescer, amadurecer, evoluir e por isso devemos ser verdadeiramente gratos. Devemos ter a capacidade de reconhecer o ensinamento e, sobretudo, devemos esforçar-nos para aprender alguma coisa... Quando o fazemos tudo é mais fácil e mais leve. Não carregamos pesos mortos às costas, nem nos deixamos arrastar pelas estradas da amargura. É preciso fugir do estado de vitimização que é tão confortável! É preciso parar de apontar o dedo aos outros! É preciso reconhecer ...

Hoje estou numa fase de introspecção e de reflexão. Hoje quero ser boa pessoa. (LOL) Quero mesmo! Por mais ridículo que isso possa parecer. E ainda que possam não acreditar... Só por hoje.... Descubro que o caminho da felicidade está nas coisas simples.

Afirmei já várias vezes que procuro paz de espírito . Afirmei-o até à exaustão e talvez em algumas ocasiões tenha parecido despropositado.  Mas tudo se resume a isto.... A minha busca é esta! Não me assusta a solidão. Já a aceitei. Não me assusta a velhice. Até a desejo. Assustam-me tantas outras coisas sobre as quais nem escrevo com medo de que ganhem forma. Encontrar a nossa paz interior é ter encontrado o nosso caminho, por mais difícil que seja e independentemente dos pedregulhos. Ainda hoje quando me deito e fecho os olhos, vislumbro a imagem do monge budista deitado numa esteira envolto no som da chuva que cai. E adormeço profundamente... Estarei a ver-me a mim mesma?