Ajuda-me, por favor!

A minha saúde mental sofre um revés. Abandonei a terapia e a medicação. A minha irmã disse-me que eu tenho um preconceito com as doenças mentais, que se fosse um caso de diabetes tomaria a medicação sem levantar grandes questões. Talvez ela tenha razão. Mas não consigo estar em paz com o facto de depender dos comprimidos para me sentir bem. Se fosse só pela ansiedade, talvez aderisse ao tratamento com mais facilidade. Mas tratando-se da tristeza e do sentimento de vazio profundo, continuo a achar que tem de haver outra forma.
Era para ter ido ontem ao ginásio, às aulas regulares e desafiantes de quarta-feira, mas não tinha energia física nem mental para isso. Obriguei-me a caminhar desde o Colégio Camões até ao metro das Olaias. E  obriguei-me, porque se simplesmente tivesse ido logo para casa teria uma vozinha a sussurrar ao meu ouvido o quão inútil eu sou. 
Sou grata pelo que Deus me tem dado, mas sinto constantemente que não faço nada de valor e não estou a deixar grande legado. Nestes instantes, a minha fé treme porque, ainda que acredite n'Ele, não me sinto merecedora. 
Depois da caminhada fui à missa das 19h, na Igreja de Santa Clara.
Chorei sentada no banco. Olhava para a imagem representada d'Ele no fundo da Igreja e debatia-me com as minhas emoções e pensamentos. Tenho tantas coisas e sinto-me tão vazia. E ainda que deseja preencher esse vazio com a presença d'Ele, é ao mesmo tempo tão difícil. A única coisa que realmente consigo fazer é ler a Bíblia, e frequentemente em audio porque até a ler me disperso. Mas quem sou eu para me queixar considerando a vida atribulada dos Apóstolos e dos Santos.

Ai Senhor, que não sei nada. Não sei orar, não sei pedir, não ser dar, não sei jejuar e não sei como Te ouvir.
Não sei o que fazer. Ajuda-me, por favor!

(Imagem tirada da net. Pode ter - e muito provavelmente tem - direitos de autor.)




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