Reflexões
Há cerca de um ano tive uma profunda crise de fé. Depois de mais de uma década mergulhada num desejo de desenvolvimento espiritual, questionei-me se tinha escolhido o caminho certo para o fazer.
As práticas/terapias holísticas (ou o que queiram chamar) a que recorri até
então pareciam não fazer mais sentido. Foi nesse período de questionamento
profundo que recebi de uma grande amiga minha uma Bíblia.
Até então nunca tinha sido crente. Tudo o que na altura me pudessem dizer de negativo sobre o Deus da Bíblia, refletia o meu próprio pensamento: um Deus demasiado
castigador para ser um Deus de amor, uma doutrina que diminui a mulher perante
o homem, ideias completamente ultrapassadas e que não têm, nem podem ter espaço
no mundo atual que se pretende civilizado, desenvolvido e igualitário.
Ok. Sim, eu já pensei
isto tudo!
Começar a ler a Bíblia
pela primeira vez, aos 40 anos, não foi fácil. Tive de parar várias vezes. E
podem questionar-me porque insisti tanto. Aprendi que não devemos criticar o
que não conhecemos. Portanto, se eu ia rejeitar a Bíblia – como pensei que pudesse
acontecer – primeiro iria lê-la toda antes de a criticar.
Confesso que não foi
rejeição que aconteceu. E antes que alguém pense que estou a ser influenciada
ou doutrinada por um fanático religioso qualquer, devo dizer que este tem sido
o caminho mais solitário que tenho feito até hoje. E da mesma forma que ninguém
me doutrinou, também não pretendo fazer isso com ninguém.
O ser humano é realmente
o resultado das escolhas que faz na sua vida. Acredito que, no fundo, todos nós
queremos ser felizes e sentir o mínimo de dor. Todos nós buscamos um sentido
para a vida. E creio que para aqueles que, como eu, acreditam que há algo mais
do que o visível, torna-se importante conhecer e entender esse invisível. A
diferença depois está no que tomamos como verdadeiro ou como falso.
A cada instante torna-se mais urgente sermos criteriosos nos caminhos que seguimos ao vivermos num mundo tão caótico como o atual.
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