Quanto a Ele, busco-O. Talvez seja naquele silêncio da Rua Conde Arnoso que eu O encontro.

Devido a dores de garganta que insistem em não passar, não tenho ido ao ginásio. Dei ao meu corpo o descanso que creio que ele estava a necessitar. O fim de semana chegou por fim. Esforcei-me por fazer as limpezas necessárias e mudei os cortinados da minha cozinha. Domingo entrei na Igreja São João de Brito, quase no final da missa. Pode parecer estranha a sequência atabalhoada de ideias que escolho para este post, mas de facto as decisões tomadas esta semana trouxeram-me, creio eu, aquilo que preciso: (reservar tempo para o) descanso, (efetuar) limpezas, (encetar as) mudanças e sacralizar o meu dia.

Enquanto caminhava pela Rua Conde Arnoso, permiti-me a estar no silêncio. O silêncio fala connosco, sabiam? Antigamente achava que a vida me iria vencer pelo cansaço forçando-me a uma existência que eu não queria para mim. Mas hoje sinto que, quando parei de resistir, ela trouxe-me sim para o lugar e tempo certos. 
Se há aspetos da minha vida que eu gostaria que fossem diferentes, sim há. Mas não me envergonha o meu caminho nem a minha história.

Quanto a Ele, busco-O. Talvez seja naquele silêncio da Rua Conde Arnoso que eu O encontro. Gosto de pensar que me acompanha enquanto caminho, ou quando coloco a toalha na relva e observo os raios de sol por entre os ramos das árvores, ou quando os risos das crianças me chegam aos ouvidos numa praia barulhenta.

Antes de ir para casa, estacionei o meu velhinho Peugeot 206 frente à estação de Braço de Prata e lá fiquei a ler enquanto a chuva batia nos vidros do carro. Já procurei muitos poisos para leitura, mas o aconchego do meu carro junto a uma estação de comboios revelou-se, curiosamente, um dos melhores locais.






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