Agosto

Chegámos a Agosto. Julho foi um mês atípico, ou não tanto.
O mundo saiu à rua para aproveitar o Verão. Eu, andando em contramão, virei-me para dentro.
A vida pede-me agora para colocar um pezinho fora de casa. Faço-o mais por obrigação, do que por vontade. Sei, como comentava ontem com a minha querida professora Ana, que o trabalho não é só o que fazemos connosco próprios, mas também a transformação e cura que levamos aos outros. Mais que não seja àqueles que acham que temos alguma coisa para dar. Mas confesso, que esse papel não me vem naturalmente.
A solidão e o silêncio tornaram-se demasiado confortáveis. O mergulho em mim tornou-se mais compreensível do que o caos citadino que se vai impondo. E pior do que o caos visível, é aquele que não se vê.

A vida segue mas tenho a sensação de "tempo parado" ou, pelo menos, de abrandamento, como já tinha sentido o ano passado. A maioria dos planetas transpessoais estão retrógrados. Falta apenas Urano que se juntará ao grupo a 19 de agosto.

Sim, a vida segue mas num ritmo estranho. Em mim manifesta-se por alguma apatia. Os dias pedem-me para me deitar cedo e cedo erguer. Adormeço quando muitas famílias ainda confraternizam e acordo antes do sol nascer. É um momento mágico.

Nos entretantos pouco me lembro do que se passa. Não me consigo lembrar dos meus sonhos. Apenas me lembro de alguns momentos do passado. O falecimento da Verónica, a 26 de julho, transporta-me para um espaço físico bem específico em Lisboa, para um tempo que já passou, para perto de pessoas que, na sua grande maioria, já não fazem parte da minha vida.

Neste regresso à cidade, vou fazendo-o com a calma possível e poucas exigências. Não tenho pressa de nada e não sinto urgência. 



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