Conversas sobre a raiva

Esta semana, em conversa com uma amiga minha, falámos da raiva e da dor. 
O diálogo fez-me lembrar da minha própria raiva, aquela raiva do passado que, eu bem sei, ainda lateja no meu peito. 
Não me iludo. A raiva não sai. Apenas míngua a sua intensidade à medida que vou curando as causas primárias que me levaram a senti-la em primeiro lugar. 
Este processo é moroso, feito de avanços e recuos. A cura vai-se fazendo, pouco a pouco.
Surpreendo-me ao descobrir que não desejo cortar etapas. Desejo que o meu recobro seja consistente e que a minha consciência tenha bons alicerces. 
Se é preciso ainda chorar, pois que chore.
Se é preciso ainda doer o peito, pois que doa.
Se é preciso ir lentamente, que assim seja.
Não estou em competição com o mundo. Pretendo sim uma transformação em mim tão profunda que permita o perdão de mim mesma e, por extensão, o perdão ao outro.




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