Ponto de partida
São tempos de
transformação. É um mix de dor com esperança. Dor pelo que fica pelo caminho,
mas muita esperança no próprio caminho.
Se há alguns meses ainda
conseguia vislumbrar os raios de luz, hoje não os vejo. Sinto-me como se
estivesse num quarto vazio e escuro, sem janelas mas com a porta bem
escancarada. Não há nada que me impeça de sair, mas sei que o que está fora é
igual ao que está dentro. Não tenho medo, porém! Não, não tenho medo! Hoje
percebo que é na sombra que nos destruímos para da sombra renascermos. E viver a
nossa luz implica também saber viver a ausência de luz.
Admito que desejei este
momento com a mesma intensidade com que o temi. Receio por tudo o que pode e vai
fugir ao meu controlo. Lamento, por antecipação, cada perda e cada lágrima. Mas
preciso tanto de me ver sem máscaras, sem artifícios e sem carências. Acima de
tudo, preciso tanto de me VER realmente, como se eu própria fosse um parente
meu que não vejo há imenso tempo e cuja ausência me dilacera o peito.
A verdade é esta. Tenho
saudades minhas. Tenho imensas saudades minhas!
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