Auto-suficiência


Quando somos jovens somos impulsionados pelos nossos sonhos e vivemos de forma sofrida as dificuldades e reveses. Tudo é sentido a uma escala superior. Quando passamos de ano escolar ou não, quando tiramos uma nota boa ou não, quando amamos ou deixamos de amar, quando estreamos aquelas calças novas, ou invejamos as calças novas do colega e sabemos que não podemos comprar algo igual.

Penso nisto. Pensei várias vezes nisto, na intensidade com que sentia as coisas.

Lembro-me de estar na praia, o sol a bater, o meu olhar fixo no mar, e a minha atenção nos meus pensamentos. Recordava o que tinha sido e pensava no que podia ser e como viveria e como sentiria e como amaria.

Recentemente, houve um instante em que percebi que há lutas que travamos sozinhos. Admito que foi doloroso, mas passados alguns dias, e com o sol a bater novamente, dei-me conta do enorme consolo que é encontrar consolo em mim mesma e não nos outros. Quando hoje volto a pensar no que fui e questiono o que poderei ser, sinto que levo em mim a consciência da minha própria auto-suficiência.

Se pudesse voltar atrás, e falar com a menina que fui, dir-lhe-ia isto: “Não vai ser fácil, mas vais aprender a gostar de ti mesma, a confiares em ti mesma e a dependeres de ti mesma”.

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