Passado e Futuro
Talvez não
soubesse muito mais quando era menina do que sei hoje enquanto mulher. Não me
parece que aprendamos porque estamos mais sábios. Nem sempre estamos mais
sábios. E muitas vezes trata-se apenas de um mecanismo de proteção e
sobrevivência.
Tenho refletido
nisso. O que diria àquela Lídia de 16/17 anos que achava que não servia para
nada e que não fazia parte de nada.
Confesso que não
a pouparia a passar pelo que passou e a viver o que viveu. Não lhe diria que
ela iria conquistar tudo o que deseja. Acho que lhe diria apenas: “ Podes
pensar que sabes o que queres, mas não sabes.”
A vida é um
sucessão de altos e baixos, sucessos e fracassos, avanços e recuos.
Não é uma piada
de mau gosto, mas uma necessidade. Tal
como chocalhamos uma garrafa de sumo natural para que a verdadeira essência da
fruta não fique no fundo.
Para provar o
doce há que provar o amargo. Há que chorar para se valorizar um sorriso. Há que
fraquejar para sentirmos orgulho em nós mesmos quando somos fortes.
Valorizamos
aquilo que foi difícil conquistar.
Acredito que
quando entendemos isto, a vida tende a ser um pouco mais fácil. Há um aceitação
do passado mas que não passa por ficarmos presos a ele. E hoje, quando sigo por
aí, por essas ruas, nos meus passeios matinais, sinto que consigo deixar o
passado para trás. Não mudava nada. Fiz o que consegui. Nada ficou por dizer. E
se falta alguma coisa, só a poderei encontrar mais adiante.
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