Prioridades
Não me choca muito o que os outros priorizam nas suas vidas, porque também
eu vivo de prioridades. Todos nós aliás. Querer impor aos outros as nossas
próprias ideologias e forma de encarar a vida é contraproducente e, em
linguagem brejeira, é uma treta.
Uma vida recatada pode ser lição de vida para uma pessoa, enquanto que
outra encontra, na selvageria dos impulsos do coração, a sua aprendizagem.
Há só uma verdade? Sim. Mas inúmeros caminhos de se chegar até ela. Resta a
cada um de nós encontrar a sua lanterna para o iluminar enquanto percorre o
caminho.
Mas cheguei a este pensamento ao reflectir sobre outra coisa. Yoga, pois
claro.
Cruzei-me um dia destes com um dos meus colegas de yoga, um ashtangi
convicto e com uma disciplina irrepreensível (e que inspiração é para mim!!!)
que me falava daquele momento em que a prática deixa de ser física e passa para
o campo do espiritual. Sim, sim. Bem me lembro de quando isso aconteceu comigo!

Nas minhas prioridades, priorizei a minha prática de yoga. Faço-o com convicção,
numa entrega plena de mim “a não sei ainda bem o quê”…. Esse invisível que a
nossa alma reconhece como divino mas a nossa mente tem dificuldade em lhe
atribuir um conceito.
Não há sacrifício. O que se deixa para trás vale muito menos do que o que
se vê adiante. E doloroso parece ser, tão somente, o tempo em que nada disto
existia porque dificilmente permanecemos os mesmos e quase nunca nos
conseguimos rever no que eramos antes. Antes do quê? Bem, antes de sermos o
que somos hoje, e o que sentimos hoje e o que nos faz vibrar hoje.
E valerá a pena? Vale… Digo isto com um grande sorriso nos lábios.
Tudo o que fazemos de coração, com vontade, gratidão e comunhão vale a
pena.
Consideremos isso um bónus da vida. A cereja no topo do bolo.
É por isso que não se justifica chorarmos desalmadamente quando as coisas
não correm como queríamos.
Às vezes sai tudo ao lado… e ainda bem ;)
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