Terapia

Em consulta com a minha psicóloga, esta semana, falei na minha paixão pela caminhada. Ela ajudou-me a perceber algo de que eu ainda não me tinha dado conta. As minhas caminhadas fazem-me estar no presente. A minha atenção é fixada nos pormenores do que vejo, dos cheiros que me chegam, dos barulhos que oiço, das sensações ao tocar paredes ou sentir os meus passos sobre a terra.
Mas percebi também que as minhas caminhadas me fazem ir ao passado. Não passo por onde já passei mas revejo emoções, sentimentos. Permito-me voltar ao passado e, não podendo alterar o que ele foi, altero a minha opinião e perspectiva relativamente a ele.
Eu sei que estou em paz com a Lídia pequenina. Digo isto com convicção. Não lhe exijo nada. Não a critico, nem acho que ela devesse ter agido de outra forma. Pouco poderia eu exigir a qualquer criança, incluindo a criança que eu fui. Por isso, o meu regresso ao passado já não é à infância, mas sim (creio eu!) aos meus vintes.

Lembro-me de escolhas que fiz mas que gostaria de não ter feito. Durante algum tempo relativizei muito os erros, mas hoje não o faço. Não me vou martirizar pelas minhas falhas mas preciso de reconhecer que o que eu escolhi levou-me a caminhos que hoje não quero para mim e por isso preciso de escolher diferente, escolher melhor.

Talvez hoje seja dia de caminhada. Vim preparada. Vim de tênis, com pouca bagagem mas muita vontade.




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