Ontem à noite, deitada na minha cama, revi partes do meu passado, circunstâncias, momentos. Reconheci uma Lídia que era imatura, chorona, resmungona, muita vezes "orgulhosamente sem filtros" e dei-me conta do quanto evoluí. Senti-me então feliz por já não reagir da mesma forma, por não me impor aos outros, por não elevar a voz para me fazer ouvir, por não amuar quando as coisas não ocorrem como gostaria. Lembro-me de como, há 2/3 anos, me sentia revoltada com a vida, com os outros, comigo mesma. Como o meu coração mergulhava na dor e na raiva. Como deixava que da minha boca saíssem palavras feias, manipuladoras, sedutoramente repletas de inverdades. A forma como me relacionava com o exterior refletia o meu interior. Se bem que houvesse um impulso para a ação - e isso para mim é algo positivo -, essa ação revestia-se muitas vezes de agressividade. Hoje acalmo-me, não forço a aceitação de mim mesma pelo outro, não forço amizades, não forço o amor, não forço que me sejam ditas ...