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A mostrar mensagens de abril, 2020

Caminhada

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Tenho duas paixões assumidas na minha vida: o yoga e a caminhada. Entendo a caminhada como algo mais do que simplesmente mover os pés. Chamo-lhe a caminhada consciente ou caminhada curativa. Na verdade, pode ter os dois nomes uma vez que traz maior consciência e pode ajudar no processo de cura. Estou rodeada de verde, ainda que me esqueça disso frequentemente. Moro no centro da cidade, mas da janela do escritório consigo ver os montes ao longe. Apeteceu-me mergulhar nesse verde e assim fiz. Regressei a casa rejuvenescida, limpa. A minha tristeza matinal desvaneceu-se. Faço poucas recomendações porque acredito que o processo é simples e natural. No entanto, sugiro: Tentar, preferencialmente, não levar nada nas mãos para que os braços estejam soltos. Não controlar muito a direção. Deixar que a nossa intuição nos diga para onde devemos ir e quando está na altura de regressar. Maravilharmo-nos com a beleza das pequenas coisas.  Fazermos algumas paragens para ouvirmos com maior a...

Natureza

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Há três anos morava perto do Marquês de Pombal. Com o tempo quente, ganhei o hábito de ir para o Parque Eduardo VII armada em turista. Manta no chão, pés descalços e deitava-me a contemplar os ramos das árvores a balouçarem por cima da minha cabeça. Nos últimos anos foi cada vez maior o meu apreço pelos espaços verdes. [Hoje sei o porquê. Reminiscências de outros tempos!] É indescritível a felicidade e serenidade que tomam conta de mim quando entro nestes verdadeiros templos naturais. E assumo que prefiro a companhia das árvores à de muitas pessoas. O confinamento não permite grandes deslocações e, mais lamentável do que isto, não permite que recebamos o cheiro das árvores, relva e flores nem os seus sons. A natureza fala connosco, ouve e responde da sua forma única e inspiradora para quem pára para ouvir. Se há algo de que sinto saudades, é dos meus passeios a contemplar a sua magnificência e gentileza. Haverá em breve a possibilidade de ir novamente ao seu encontro. Estou certa ...

Quatro palavras

Tenho orgulho em mim. Quatro palavras: TENHO ORGULHO EM MIM. Se foste educado que afirmar tal coisa é arrogância, talvez possa ser um problema dizer isto.  O mundo gosta de pessoas humildes, mas a desvalorização pessoal não tem nada de humilde. Hoje escolho festejar as minhas conquistas e olhar com orgulho para o caminho que fiz e que me trouxe até aqui. Festeja as tuas conquistas também. Desafio-te!

Deixar ir

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Quanto mais faço as pazes com o passado, mais encaro o futuro com otimismo.  Excessos desnecessários tornam a bagagem pesada. Chegou a altura de deixar ir o que tem de ir.

Tempo

Saí por uns breves instantes. Sentei-me num banco do jardim frente ao rio. O tempo parou. Todas as minhas resoluções para este ano estão em stand by. O futuro é incerto, mas é certo que incerto ele sempre foi. Não era suposto escrever mais, talvez como gostaria de não sentir mais. Mas escrevo e sinto e desiludo-me e desiludo.  O preço a pagar por querer ser genuinamente EU MESMA é por vezes demasiado elevado. Pergunto-me se vale a pena, mas já sei a resposta. Sim, vale a pena! Vale a pena vivermos de acordo com a nossa essência, com coragem e determinação e amarmos todas as partes do nosso ser que, em comunhão, constituem quem somos. Não é fácil, porém. A quarentena forçada parece isolar-me do mundo, sem permissão para estender os meus braços. Falta-me o ar. Falta-me vontade. Falta-me alegria. E há momentos em que essa falta me é tão desconfortável que me recolho voluntariamente só para não lidar com as ausências. São os refúgios dentre dos refúgios; esconder a cabeça debaixo ...

Histórias meditativas

"Um mês passou. 31 dias de reflexão, de interiorização da perda, do deixar ir e de olhar para o futuro com expectativa. Sou uma mulher corajosa, digo para mim mesma todos os dias. Aceito que tenho o que tenho e que não tenho o que não é suposto ter. Ponto. Paz com isso. Sentei-me debaixo de um salgueiro e tentei meditar do meu jeito meio tosco. Considero-me uma pessoa pouco intuitiva mas decidi acreditar nas imagens que me vêm em pensamento. Sou uma bruxa dos tempos modernos. Mal fechei os olhos, vi-te. Mal te vi, fugi, pus-me a correr desenfreadamente. De repente, questionei-me se era suposto estar a correr em pleno acto meditativo. Calei a dúvida e deixei-me ir. Já estava longe quando te ouvi dizer:  - Se passares a vida inteira a fugir nunca vais resolver nada! Parei, olhei para trás, vi-te imóvel, longe, sério, a proferir as palavras que eu sabia serem tão verdade. Caminhei de regresso. Quase a chegar, viraste costas e eu sabia que era suposto seguir-te. Entramos numa f...