Ioiô

Há o que queremos e há o que serve. Nem sempre estão em consonância.
Podemos, ou não, saber o que queremos, mas por norma é mais difícil identificar aquilo que nos serve tendo em conta quem somos.
A vida sabe o que nos serve. Às vezes ela não nos dá o que queremos e reclamamos por isso. Às vezes ela dá-nos o que queremos só para percebermos que o queremos se calhar não é o que nos serve. E às vezes, também acontece, ela dar-nos aquilo que nos serve. Manter ou perder esta "oferta" vai depender do quanto a vamos valorizar.

A mente vai-se distraindo com estas andanças até chegar ao momento em que não resta nada e sobramos nós, despojados de algo bom ou de algo mau, sem sabermos o que é bom ou mau.
Chegados a esse momento talvez seja importante questionar qual é a ausência que dói mais: o que nunca tivemos ou o que perdemos?
Estes ganhos e perdas servem um propósito fundamental que é o do autoconhecimento.
Há uns anos li num livro (não me recordo em qual) que o ser humano basta-se a si próprio e não necessita de nada exterior a si. Se cada um de nós sentisse isso como verdade, o que se tem ou não se tem, o que se ganha ou não se ganha, o que se perde ou não se perde seriam completamente irrelevantes, dado que cada um é, em si mesmo, suficiente.

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