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A mostrar mensagens de julho, 2016

Palavras

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Procuro a minha voz, a minha expressão no meio das frases a que vou dando vida. Quanto era miúda gostava de escrever sem pensar muito no que escrevia. Acreditava que a beleza estaria no fluir e, logo, não podia estar dependente de remoinhos mentais. Ao longo dos anos tenho procurado redefinir-me nesse encontro com as palavras, mas ainda sem certezas de onde me sentirei eu mesma. Há arte da escrita, mas sei que não o domino. Isso não me atormenta, porém. As catarses são necessárias para irem limpando a alma e grande é o conforto que encontro sempre que entro neste mundo de letras e, por instantes, deixo o caos da realidade. Faço-o hoje. Faço-o uma vez mais na esperança de que a minha mente não quebre nem ceda à incerteza e moldo assim os alicerces que sustentam o meu discernimento.

Relacionamentos

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Sou imensamente grata a todas as pessoas que se cruzam no meu caminho. Ao falar com velhos e novos amigos percebo que todos nós queremos o mesmo. Expressamo-nos apenas de forma diferente e focamo-nos mais numa área ou noutra em função do que tem de ser mais trabalhado. Todos nós temos desafios para superar, barreiras que por vezes parecem intransponíveis. São esses os nossos dragões. Mas por que não ver o dragão como um mestre em vez de um carrasco? Tenho tentado fazer isso e noto uma diferença enorme na forma como me relaciono comigo mesma e com os outros. Ainda hoje comentava que grande parte dos nossos relacionamentos dizem mais sobre quem somos e o que precisamos de trabalhar do que o que pensamos. Não é o “dar e receber”, não são as obrigações ou expectativas, os abraços, beijos ou palmadinhas nas costas, nem as saídas ao cinema ou um “enroscanço” no sofá. É sim relembrar-nos de tudo o que somos em potência, mas que nos esquecemos. É redescobrir a nossa capacidade em ama...

Paz de espírito

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Há dias em que me surpreendo comigo mesma porque aquilo que supostamente devia doer, não dói. Será uma maior resiliência aos embates ou será isto maturidade? :) Se pensar bem os últimos meses têm sido sobretudo de teoria. Uma espécie de “beginner's guide” do viver sem complicar. Como chegou o momento de colocar a teoria em prática, tento não resistir muito. Sei que tudo o que não se aprende a bem, aprende-se a mal. Tenho pavor da dor física. Mais pavor tenho ainda da dor emocional. Digo então para mim: “Aguenta e não chora!” As confusões que existem são, na maioria, clichés mentais mal resolvidos. É preciso dar tempo ao tempo porque tudo requer, na essência, um processo de cura. Mas….sem fixar muita atenção na mesquinhez, nem nos permitirmos a ficar presos às artimanhas que criamos. Por hoje quero muito pouco. Se tiver paz de espírito já me dou por satisfeita.

O meu melhor

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Não somos perfeitos. :) É a primeira constatação. A segunda é que o que somos tem de chegar, tem de ser o suficiente, porque não há mais. :) Podemos tentar, podemos testar, podemos aprimorar, mas não há como ignorar a bagagem que trazemos connosco, não pela mão, mas presa ao nosso pescoço e a nossa tendência inata para não acertarmos à primeira. Contudo, isso não significa que somos imperfeitos. Estamos, sim, num constante processo de aprendizagem. Vivemos experiências idênticas com pessoas diferentes, pomos à prova a nossa fé, tentamos novamente, insistimos e até quando dizemos que já não acreditamos, ainda temos, na verdade, uma réstia de esperança. O ser humano precisa disso: ter esperança. De que outra forma conseguiríamos andar aqui? Sejamos, por isso, condescendentes com as nossas falhas, tolerantes em relação a tudo o que não conseguimos fazer bem. E não conseguimos porque não sabemos como fazê-lo. Simples, não é? Óbvio! Não se pede a alguém que ma...

Escolher agir

Questiono-me muitas vezes se as decisões que tomo são certas ou erradas. Sinto-me inquieta e enquanto reviro os olhos ou abano a cabeça, no meu íntimo surge a dúvida sobre se devo avançar ou parar. Não há como saber. Tento, porém, não ser levada pelo orgulho que me impeça de dizer o que sinto a quem devo na altura certa. Mesmo que nada receba em troca. Acho que há arrependimentos que não devemos carregar. E um deles é não termos tentado pelo menos. Por isso, vou tentando dentro do que posso e até onde sinto que posso ir. Dizem que a felicidade existe dentro de cada um de nós e cada vez acredito mais nisso. Se aquilo que vivemos diariamente, arduamente, são estes sentimentos, dúvidas e inquietações dentro do peito, porque não acreditar que também é aí que se gera a nossa felicidade? Quero aproveitar tudo e agir, decidir… Mesmo que não seja o resultado desejado. Quero aprender com isso e reagir com um sorriso quando tudo mais doer. Como me disse um grande...

Bastidores

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Cada um de nós vale pelo que é. É óbvio, certo? Mas ainda assim há quem passe uma vida inteira sem acreditar nisso. Se são os outros que nos convencem disso, falha nossa. Se somos nós mesmos, falha gravíssima, e nossa também. Conheci pessoas fantásticas, com uma determinação invejável. Conheci pessoas que nunca choram como se mal algum pudesse trespassar a sua carapaça. Conheci pessoas sensíveis, daquelas choronas que se emocionam com os filmes em que os heróis vencem no final. Conheci lutadores. Conheci quem nunca tentasse. Vejo-me como o resultado entre o que em mim é inato e o que aprendi com quem comigo se cruzou. Sou capaz de rugir como uma leoa só por brincadeira e chorar de forma sentida. É bom acreditar que estamos na demanda por algo grandioso, mesmo que na maior parte das vezes nos reconheçamos apenas como assistentes de bastidores. Et voila c'est la vie! A parte bonita é que também os assistentes de bastidores podem brilhar. Nada disto é certo nem err...

Motivação

Li com algum humor o comentário de um professor de yoga indiano a dizer que yoga não é para preguiçosos. Também eu lutei, durante algum tempo, contra alguma inação desculpabilizada pelo "Está muito calor!", "Estou cansada.", "Dói-me qualquer coisa...". É preciso esforço e dedicação para chegarmos onde queremos chegar. Este meu "Onde quero chegar..." nem é assim muito longe. É vivido de forma natural, etapa a etapa. São pequenas conquistas diárias que nem sempre se manifestam sobre a forma física. Às vezes é apenas um big smile e Zás... fico com a sensação que fiz algo certo. O vencer a preguiça e praticar é, por si só, uma conquista. Mas por que praticamos? Por que nos sentimos motivados com certas coisas? A vida é uma procura constante do nosso caminho de verdade. O meu é aquele, mas podia ser outro. Vejo o caminho de verdade como um caminho que se encontra em consonância com a nossa alma, que nos faz enfrentar os nossos fantasmas e...

Ai tempo, tempo !!!!

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A violência e drama que se generalizam por esse mundo fora são um convite à relativização dos nossos próprios problemas. Ainda ontem pensava nisto. Os meus problemas não são reais. Ou seja, podem existir situações adversas mas, na verdade, servem para me fazer parar, pensar de novo, reflectir, amadurecer e, quem sabe, seguir um rumo novo. Todavia, a grande maioria da angústia gerada por esses embates temporais reside na mente que nunca cessa o pensamento, mesmo que não esteja a pensar nada de jeito. Sobretudo, quando não pensa nada de jeito. Concentramo-nos, tendencialmente, nas frustrações do passado e receios em relação ao futuro... Ignoramos a beleza do silêncio do presente.... Como agora, enquanto escrevo, sinto uma espécie de silêncio sagrado interrompido apenas pelas teclas do pc ou pela respiração mais profunda do meu cãozinho. Tudo leva o seu tempo. Tivemos um tempo para ganhar forma no ventre das nossas mães, um tempo para aprendemos a andar e falar, um tempo par...

Auto-aceitação

Viver é difícil. Dizer isto é um clichê mas a mais pura das verdades. Entendo hoje que a dificuldade não advém do que não se tem exteriormente, mas do que ainda não se conquistou interiormente. Portanto, quão mais difícil a sentirmos, maior é o trabalho a fazer dentro de cada um de nós. Quando era miúda achava tudo um ataque pessoal e facilmente passava do gostar ao não gostar de uma pessoa. Insistir nisso seria responsabilizar terceiros pelo nosso estado de espírito. É erróneo! Somos responsáveis pelo que somos, pensamos, agimos.... Assim, se algo está mal, está na hora de mudarmos, pensarmos algo novo ou agirmos de outra forma.... Quem já cometeu o mesmo erro repetidamente? (Eu me acuso!) Ainda hoje sou capaz de me convencer a dizer NÃO a alguém para voltar atrás ao primeiro elogio. Detesto isso, mas não consigo evitar. Sinto que ainda só conquistei a consciência de que algo está incorrecto mas ainda me falta a capacidade em implementar a mudança. Ainda me falta gritar NÃO NÃO...