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A mostrar mensagens de dezembro, 2024

Missa

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Sento-me num café em Lisboa. A necessidade de doce leva-me a mordiscar um pastel de nata. Caminhei até aqui a pensar Nele, em Deus. Dizia para mim mesma: "Se Ele não me ajudar, não sei quem mais poderá fazê-lo!" Preciso de encontrar um sentido e que a minha vida possa ser mais do que trabalhar e pagar contas. Sei que nem todos nós podemos ser grandes. Às vezes temos de ser pequenos. O próprio Deus se diminui, se esvaziou da sua divindade para se fazer homem. Mas então preciso de encontrar um sentido para a minha pequenez. Ou talvez baste a aceitação. Se calhar é aqui que se encontra a minha resistência. Conseguirei eu assumir e aceitar a minha pequenez, viver de forma despretensiosa no palco da existência? … Fui até à Igreja do Campo Grande. A missa começa em 20 minutos. Passei pelo café da Paróquia e pela pequena banca de venda de produtos natalícios. A missa trouxe-me paz. As missas trazem-me sempre paz. Sei que há uma resistência da minha parte em ir, mas depois de...

Por que sou assim?

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Hoje não consigo olhar para ela, esta ela que sou eu mesma a observar-me. Fiz as pazes com a minha pequenina mas há tantas versões minhas póstumas que eu ainda não consigo aceitar. Tento mas é tão difícil. Alguém, por quem eu tenho imenso carinho, lembrou-me hoje de um comportamento parvo que tive há alguns anos. Sei que era uma partilha inocente mas foi tão difícil lembrar-me de que já fui assim, tão limitada, tão fraca, tão destrambelhada, tão ridícula, tão patética. Este é o problema: mesmo que não me vejam assim, eu vejo-me assim constantemente. E há certas lembranças que me envergonham tanto. Sim, naquele momento eu tive vergonha de mim. Falei abertamente quando questionada, desvalorizei, mas senti vergonha. Fui logo buscar as outras lembranças. Quis sentir dor. Sou masoquista. E ainda que não o faça sentindo a lâmina a trespassar a carne, deixo que os meus fantasmas me inquietem a mente. É um castigo auto-infligido, uma espécie de punição pelas minhas falhas que, de acordo com os...

Manter a Fé em Deus

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A minha fé não é constante ainda que eu gostasse que fosse. Não é que desacredite mas sinto que nem sempre O busco ou me aproximo Dele. Quando estou emocionalmente mais frágil é quando acabo por cair na tentação de procurar respostas nas ferramentas do passado. Não quero fazer mais isto. Não quero mesmo.  A fé precisa de ser alimentada, tal como o amor precisa de ser alimentado. Diariamente temos de dedicar parte do nosso tempo a Ele. Cada vez acredito mais nisto porque começo a aperceber-me do que acontece comigo quando não o faço. Sim, vivemos no meio de uma guerra espiritual e devemos ser criteriosos em relação às armas com que escolhemos lutar nesta batalha. Deus será sempre o nosso valente líder e é Nele que devemos depositar a nossa fé, confiança e entrega. Não sei se estas palavras serão alguma vez lidas por alguém, mas se assim o for gostaria de deixar uma mensagem: Vivemos tempos difíceis e confusos e nem sempre é fácil discernir o certo do errado, mas se estiverem dispost...

Terapia

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Em consulta com a minha psicóloga, esta semana, falei na minha paixão pela caminhada. Ela ajudou-me a perceber algo de que eu ainda não me tinha dado conta. As minhas caminhadas fazem-me estar no presente. A minha atenção é fixada nos pormenores do que vejo, dos cheiros que me chegam, dos barulhos que oiço, das sensações ao tocar paredes ou sentir os meus passos sobre a terra. Mas percebi também que as minhas caminhadas me fazem ir ao passado. Não passo por onde já passei mas revejo emoções, sentimentos. Permito-me voltar ao passado e, não podendo alterar o que ele foi, altero a minha opinião e perspectiva relativamente a ele. Eu sei que estou em paz com a Lídia pequenina. Digo isto com convicção. Não lhe exijo nada. Não a critico, nem acho que ela devesse ter agido de outra forma. Pouco poderia eu exigir a qualquer criança, incluindo a criança que eu fui. Por isso, o meu regresso ao passado já não é à infância, mas sim (creio eu!) aos meus vintes . Lembro-me de escolhas que fiz mas qu...