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A mostrar mensagens de maio, 2020

Trabalhos

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Tenho feito o trabalho de casa, a reflexão, a procura, o vasculhar dentro de mim, nas profundezas, no que dói, no que desejaria talvez esquecer. Há uns valentes meses escrevi que há quem nos ensina pela presença e quem nos ensina pela ausência. Os últimos tempos têm sido pródigos na arte de me ensinar exatamente isto. Descubro, com agradável surpresa, que não fico nem menos acompanhada, nem mais sozinha. Fico em mim, mas este "Eu" não é o de há três meses, ou de há um ano, ou de há cinco anos. Este "Eu" sofreu a mudança própria do ciclo da vida, desprendeu-se de uma velha pele deixando antever uma nova camada que, pouco a pouco, recebe os seus primeiros raios de sol. Apesar de todas as dificuldades associadas, acho este processo maravilhoso e mágico. Dá medo mas vai-se à luta.

Sol / Lua

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Há dias de sol que nos pedem atitudes de lua. Há momentos de tamanha clareza que nos sugerem que entremos na escuridão. Na penumbra descobre-se um facho de luz. O dia é belo, tal como é. A noite é bela, tal como é.  Já não luto contra. Não rejeito. Integro.

Noturna

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Uma vez por semana tenho aulas até mais tarde. São três horas de inspiração, de partilha, de imagens e símbolos num espaço virtual que, por mero acaso ou não, é constituído apenas por mulheres.  Nesse dia, e talvez pela hora tardia e cansaço avançado, quando adormeço recebo os sonhos mais pesados, vividos e marcantes da semana. Mergulho num mundo que, ainda que aparentemente distante, habita nas profundezas do meu ser. Esta noite foi atípica. Acordei de madrugada perturbada, mas logo as imagens se dissiparam pelo que não sei a que se devia a minha inquietação. A minha mente parecia ter despertado mas o meu corpo permanecia adormecido. A dada altura dei ordens a mim mesma para sentir as minhas mãos. Mexi os dedos para descobrir alegremente que eles ainda respondiam aos meus pedidos. Apenas os dedos mexiam. O resto do corpo permanecia imóvel. Ainda que engolida pela escuro da noite, não senti medo. A minha casa é o meu porto seguro. É na protecção destas paredes que recupero a minha ...

Deixar estar

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Foto tirada na caminhada de ontem. Deixei-me estar! Às vezes é bom não fazer planos e não entrar em aspirações desmedidas. Apenas encostar à vedação a contemplar o azul do céu e do rio e o verde das árvores. Dos meus gostos simples, este é o mais refinado.

Lua

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Todo o ser humano nasce com um propósito de vida. Há três desafios: - Entender qual é o propósito? - Aceitar o seu propósito? - Viver esse propósito da melhor forma possível. Aos 37 anos, sinto que começo a perceber qual a missão que trouxe e de que forma a minha alma é desafiada a evoluir. Mantenho porém a resistência. Creio que não se deve aceitar nada por obrigação mas sim por ímpeto interno, daquele que brota das entranhas. E às vezes a nossa própria casmurrice obriga a que esse ímpeto teime em não vir ao de cima. Faz parte, acredito eu! Julgo que a minha cura pessoal passa por abrir o coração, confiar e aprender a dar e a receber. E acredito que essa cura está intimamente interligada ao caminho que sou diariamente convidada a seguir. Estes dois verbos são estranhos para mim. Quaisquer "dar" e "receber" que ultrapassem a lógica e a razão e se misturem com o lado mais sensível da alma, é aterrador. A criança mimada que habita em mim insiste por vezes em fug...