Vivendo com POC e ansiedade - 1

Creio que nunca escrevi sobre este tema. Não é confortável para mim. Poucas pessoas sabem e pouquíssimas das poucas que sabem, entenderão realmente o que eu vivo e como vivo. Os comportamentos ditos "estranhos" começaram quando eu ainda era uma adolescente. A memória mais antiga que tenho leva-me para o 6.º ano de escolaridade pelo que, na altura, teria cerca de 11/12 anos. O diagnóstico de "Perturbação Obsessiva-Compulsiva" viria muito mais tarde. Nessa altura eu achava apenas que era uma pessoa estranha, única na estranheza, com comportamentos estranhos. Ninguém poderia entender. A minha perturbação sempre esteve associada muito ao medo de perder as pessoas de quem gosto. Nunca consegui encaixar o conceito de morte e quando o ouvi, anos antes, a tristeza foi acompanhada de uma profunda incompreensão. Este medo foi-se fortalecendo. Os meus rituais eram disfarçados, escondidos, salvo raros momentos em que era observada por colegas minhas que esboçavam um sorri...