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A mostrar mensagens de setembro, 2024

Vivendo com POC e ansiedade - 1

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Creio que nunca escrevi sobre este tema. Não é confortável para mim. Poucas pessoas sabem e pouquíssimas das poucas que sabem, entenderão realmente o que eu vivo e como vivo. Os comportamentos ditos "estranhos" começaram quando eu ainda era uma adolescente. A memória mais antiga que tenho leva-me para o 6.º ano de escolaridade pelo que, na altura, teria cerca de 11/12 anos.   O diagnóstico de "Perturbação Obsessiva-Compulsiva" viria muito mais tarde. Nessa altura eu achava apenas que era uma pessoa estranha, única na estranheza, com comportamentos estranhos. Ninguém poderia entender. A minha perturbação sempre esteve associada muito ao medo de perder as pessoas de quem gosto. Nunca consegui encaixar o conceito de morte e quando o ouvi, anos antes, a tristeza foi acompanhada de uma profunda incompreensão. Este medo foi-se fortalecendo. Os meus rituais eram disfarçados, escondidos, salvo raros momentos em que era observada por colegas minhas que esboçavam um sorri...

"(...) como poderíamos alguma vez ver o rosto de Deus?” [Excertos]

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“Mas Ele não está em nenhum desses lugares. Nós não o conseguimos ver porque Ele está demasiado próximo. Ele não é um ser situado muito acima de nós; Ele está nas profundezas da nossa vida, está dentro de nosso ser, “nele vivemos, respiramos, nos movemos e somos”. As coisas mais próximas de nós são fáceis de ignorar. Contudo, Ele não está “próximo” de nós, Ele é a proximidade. Nós ainda conseguimos ver os objetos que estão próximos, mas não conseguimos ver a proximidade em si. Vemos os objetos à luz, mas não vemos a própria luz. Se nem sequer conseguimos ver o nosso próprio rosto, mas apenas vemos o seu reflexo invertido num espelho, como referimos atrás, como poderíamos alguma vez ver o rosto de Deus?” Tomáš Halík, "Paciência com Deus"