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A mostrar mensagens de julho, 2018

Direcções

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Não se pode fugir da dor. Não se pode fugir. Podemos tentar escapar por todos os caminhos fáceis mas haverá um momento em que todos esses caminhos já estão gastos, já não servem, e apenas resta aquele pelo qual nunca quisemos seguir. A vida sussurra-nos esta verdade ao ouvido, mas para ouvi-la é preciso querer ouvir. Depois da tempestade encontra-se um mar azul e tranquilo, um sol brilhante que aquece até os corações mais desesperançados, mas só se chega lá caminhando, fazendo o trabalho que se exige, passando da luz para as trevas e das trevas retornando à luz.

Coração e Mente

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O coração carrega o peso e ainda que pesado o coração tem dificuldade em deixar ir. A mente e o coração têm ritmos diferentes. Nunca se percebe bem qual dos dois cede primeiro. Mais difícil ainda é perceber qual dos dois desiste primeiro.

Pouco a pouco

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É fácil confundir a realidade com a fantasia. Frequentemente sou mais levada pelos meus devaneios do que pelo que é concreto. Mas percebo também que os actos de maior coragem requerem fé. E a fé transcende o visível. Faço anos dentro de dias e, talvez por isso, esteja a sentir e a viver as experiências de outra forma. Fiz, de certo modo, as pazes com aquela faceta de mim mesma que menos aprecio e, consequentemente, e quase sem me dar conta, acabei por fazer as pazes com o resto do mundo. Isto é passageiro e intercala com momentos de raiva e frustração. A paz dura pouco! Todos os anos, de uma forma ou de outra, regresso a um ponto de partida semelhante a outro já vivido e, sendo certo que pareço sempre a mesma, há algo que muda. Não sei o quê. Nunca sei. É como se descobrisse algo a nível inconsciente e que, apesar de descoberto, nunca é trazido à superfície e permanece deste modo camuflado pela poeira da dúvida e descrença. Mas existe e está lá... algures no recôndito da minha alma....

Guru Purnima

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Hoje celebra-se o Guru Purnima, dia dos Mestres. Há mestres e Mestres. Há mestres que aparentam ser Mestres e não o são. Há Mestres que se movem no silêncio, e ainda que não os reconheçamos enquanto tais, são-no em seu pleno direito. Há mestres com letra pequena. Há os Mestres com letra grande. Atraímos uns quando desejamos os outros, ignorando que só estamos preparados para o que atraímos e não para o que desejamos. Depois, há ainda uma outra espécie de indivíduos que, de certo modo, desempenham o papel de educadores, que são todos aqueles que se cruzam connosco no caminho e que nos incitam a mudar e evoluir, seja pelo que nos dão, seja pelo que nos negam. Por isso, hoje também é o dia de expressar gratidão pelos ensinamentos, pela aprendizagem, pelo crescimento pessoal que nos é imposto pela vida. Enfim, gratidão por tudo o que, ainda que de uma forma bastante dolorosa por vezes, nos ajuda, mesmo que a passo lento, a sermos um bocadinho melhores. For fim, talvez seja o momento i...

Saturno

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Quando percebes que passas a vida a fugir do mestre do qual passas a vida à procura.

Guerra

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Os maiores combates são travados dentro de nós mesmos, sem recurso a armas. O atacante confunde-se com quem sofre o ataque. A cólera pinta o nosso peito de um vermelho aguerrido e a tristeza desenha-se num azul semelhante à cor do céu. Neste embate somos os vencedores e os vencidos. Há uma parte de nós que sobrevive e outra que se extingue.  Não é claro de que lado fica a vitória. Nem sempre aquele que cai sobre os joelhos é derrotado. Nem sempre é vencedor o que após o confronto ainda permanece de pé.

Equações

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Às vezes penso que a vida é como uma equação cuja solução é tão óbvia que nunca lá chego.

A caminho

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Não sei quem sou, nem quem devo ser. Não sei o que devo fazer para ser melhor, nem o que devo fazer para não ser pior. Não sei o que é suposto aprender e desaprender. Não sei nada. A vida comunica comigo mas recuso-me a ouvi-la.  Ela dá-me direções que eu escolho ignorar. Até que um dia acordo de manhã e nada faz sentido. No tudo que recusei, me atrasei. Resta pouco.  Hoje sigo com pouco. Há uma espécie de orgulho por detrás das lágrimas porque apesar do pouco, escolho pôr-me a caminho.

Solidão / Reconexão

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Por vezes a solidão é tanta que não deixa espaço para a companhia. E nessa solidão aprendemos a abraçar o vazio e a ouvir o silêncio. Renova-se uma fé aliada à vontade do [de] ser. Sobe-se o primeiro degrau da escada. Dá-se o primeiro passo. O caminho não é linear. O destino está para lá do nevoeiro e tem contornos que a mente ainda não compreende. A seu tempo os sorrisos virão ao encontro das lágrimas. É o voltar a casa depois de anos e anos a viver como exilado/a.

Ponto de partida

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Parto e regresso ao mesmo ponto de partida imensas vezes. São tantas as vezes que já não me surpreende. Apenas há um lamento silencioso de que a maturidade não me leve a caminhar mais rápido. Cada pessoa tem o seu ritmo e o seu tempo, dizem-me! Surgem os instantes em que desejo pegar numa mala e fugir. Fugir sem rumo, sem destino. Deixar-me ir. Mas nunca o faço. Talvez nunca o faça. Não posso deixar de sentir alguma tristeza por isso.

Estranhezas

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Sou uma estranha para mim mesma.  Descodifico-me a um ritmo moroso. Vou-me tornando mais EU (Creio!) e menos quem eu julgava que era. Mas quem eu achava que era assemelha-se a um velho amigo a quem ainda me custa dizer adeus. E quem eu acho que sou assemelha-se a um novo amigo que se revela em frações. Talvez, no fundo, um e outro sejam meras ilusões e daqui a uns anos esteja, mais uma vez, a dizer adeus àquela parte de mim que agora quero receber de braços abertos.