A Caminhante

Tenho-me alimentado dos ensinamentos que outros me têm transmitido e bebo desses ensinamentos como um perdido vagabundo que já não acreditava ser possível voltar a ingerir o que quer que fosse. Há um sentimento de gratidão, mesmo que não diga directamente às pessoas um OBRIGADA. Parece-me que não faz muito sentido, tanto mais que as palavras por si só tão pouco dizem. É preciso cair para nos reerguermos... e mudando tudo terminamos no mesmo sítio, mas.. já não somos os mesmos. Que fantástico não é? Sermos e não sermos! A possibilidade constante da existência humana em irmo-nos transmutando.... Permanecemos nós mesmos.. mas este EU junta em si mesmo tudo o que foi, tudo o que é e tudo o que poderá ser... Cada segundo permite acrescentar algo ao EU ... Bendita evolução!   E tudo se reveste de infinitas possibilidades!!!

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,  e o que nos ficou não chega  para afastar o frio de quatro paredes.  Gastámos tudo menos o silêncio.  Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,  gastámos as mãos à força de as apertarmos,  gastámos o relógio e as pedras das esquinas  em esperas inúteis.  Eugénio de Andrade

Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz. Platão

Atreve-te a sonhar!

Respeitar a nossa essência, seguir o nosso rumo... dançar, cantar, viver, sonhar, palmilhar estradas mesmo que os outros não entendam. Alguém entenderá! 

Cruzei-me com esta frase hoje: "Just because my path is different, it does not mean that I'm lost!". Recordei com algum carinho o caminho que tenho feito e detive-me um pouco no pensamento do sítio aonde cheguei. Julgo que estarei mais desperta, mais consciente, independentemente do que isso possa significar para as outras pessoas, sobretudo as que me rodeiam. Perante uma sensação interna há um desafio enorme que é racionalizar e depois desvalorizar ou relativizar . Quando assim o fazemos, ainda que a vida não se torne instantaneamente mais fácil, permite-nos esboçar um sorriso mesmo perante a adversidade.  E que são as adversidades? Tantas vezes nada mais do que pequenos, pequeníssimos revezes que ampliamos e permitimos que nos dominem. Chega disso! É preciso sacudir a poeira. É preciso varrer o chão e tirar o lixo , não para debaixo do tapete mas para fora das paredes que revestem e protegem a nossa alma . E fazê-lo por nós!!! Hoje percebo que não se trata d...

Não há caminho perfeito, sem pedregulho, nem salpicos de chuva, sem ervas daninhas nas junções das pedras da calçada. Mas também não é preciso. Há caminhos que desembocam numa realização, inspiração, epifania... e nesses instantes sabemos que não há volta a dar..... e o caminho é o caminho certo.

Oh ceús que me apetece dizer tantas asneiras e impropérios mas a decência me impede de o fazer. Não se passa nada de mal, nem nada de bem, apenas um dia igual a tantos outros: um bocejo de manhã porque custa levantar-me da cama e a crença de que à noite lá estarei para entrar no mundo dos sonhos. Pudesse eu dizer o que me vai na alma, gritaria até ficar rouca, até me doerem as cordas vocais. Mas fazê-lo?! Umm.... entrar em divagações? Dar demasiada atenção a ninharias?  A minha mente é um caos, um novelo de lã.. Um pouco como os meus phones  ou o fio do telefone fixo que está sempre num estado lastimável. Mea culpa !!! Não, não me parece que o deva fazer. Nem pensar demasiado. Não vou pensar, é isso....! Vou reter as ideias numa qualquer gaveta imaginária, num qualquer canto da minha alma...  Não fazer caso do que diz   A , vou dar pouca atenção ao que diz B .... Ignorar o C .... (Não fossem A+B+C a junção do que eu sou!). Afinal que sabem os ...

"A única dignidade realmente autêntica é a que não diminui ante a indiferença dos outros." Dag   Hammarkskjod  

Serenidade é urgente porque... .... O mundo continua a girar! E tudo se sente ainda que não se entenda. Muitos dos dissabores talvez sejam apenas mal entendidos, mas se é demorada a viagem interior, ainda mais demorada é a viagem de conhecer e entender o outro. Sobre o que gritamos, talvez a poucos faça sentido. Sobre o que dizemos, talvez poucos queiram ouvir. Haja alguma compaixão pelas nossas faltas e que os nossos erros não pareçam demasiadamente grotescos para os julgarmos imperdoáveis!!! A humanidade que se exige a cada um dos que se afirmam serem homens e mulheres é o que permitirá seguir o rumo da luz, mesmo que essa luz não seja de um candelabro, mas de uma vela quase gasta, e com os resquícios de cera a queimarem-nos as mãos. E um dia qualquer, aparentemente igual a outro dia qualquer, a meio do trabalho que realizamos diariamente, quando olharmos para a rua da nossa janela, parecer-nos-á que já demos um passo em frente.

Desafio: Parar de me queixar durante um mês, mantendo uma pulseira sempre no mesmo pulso. Ok, não tem necessariamente de ser uma pulseira de ouro de 18k como a da foto, mas percebe-se a ideia julgo. Na vida há dois tipos de pessoas: os lutadores e as vítimas. Fala-se de heróis e conquistadores. Mas estes são consequência do que se escolhe ser: lutador ou vítima.  Ainda que possa parecer fácil recorrer a uma certa vitimização, em pouco tempo nos apercebemos de que isso não funciona. A evolução cessa porque ficamos presos ao mesmo problema, andamos aos círculos e, entre lamentos e suspiros, perdemos a hipótese de mudança.  Ignoramos que todos os dias contêm em si um potencial de mudança.  Esse potencial pode não trazer sorrisos, mas lágrimas, pode não trazer prazer mas dor. Encaremos isso como um “mal necessário”. E encaremo-lo assim sobretudo naqueles momentos em que mais nos apetece desistir. Insistamos nisso sobretudo nesses momentos. Há ferida...

Grita, solta-te até te convenceres, no teu íntimo, de que és livre .

E se não acreditasses haver algo à tua espera, conseguirias seguir em frente no caminho?

Às vezes esqueço-me disto! E ao não recordar a minha liberdade, acabo por negar a liberdade do outro. Mea culpa!